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Uma vitória do movimento olímpico brasileiro

A eleição de Duda Amorim, campeã do mundo pela seleção de handebol, para o Conselho de Ética do COB é um marco de representatividade feminina

Por Yane Marques*
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h16 - Publicado em 15 abr 2024, 13h08

Orgulhosa. Não teria outra palavra melhor para expressar como me sinto agora. Na última terça-feira 9 o movimento olímpico brasileiro mostrou maturidade na eleição para o Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) elegendo Duda Amorim, ícone do handebol brasileiro e ex-integrante da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (CACOB), com 32 dos 43 votos possíveis. O brilhante resultado de Duda nas urnas é fruto da união das Confederações com os atletas, pensando juntos e respeitosamente no melhor para o esporte brasileiro. Diria que é mais que isso. É a prova de que a evolução na gestão das Confederações e o amadurecimento da atuação dos atletas da CACOB é o melhor caminho para o COB.

Desde o início dos anos 2000, quando comecei a me dedicar com mais intensidade aos esportes como atleta, sempre nutri aquela vontade de vencer, de fazer o melhor, de trabalhar duro para alcançar grandes conquistas. Desde muito nova percebi que, apesar de competir em uma modalidade individual, é preciso ter um senso coletivo forte para chegar lá. Foi assim comigo. É assim com todos os atletas. Nós precisamos montar um time, de muito trabalho em grupo para alcançar o pódio. Não seria diferente, portanto, com as decisões institucionais do movimento olímpico brasileiro. É somente com união, com as Confederações, atletas e todos os demais pilares envolvidos no desenvolvimento do esporte brasileiro trabalhando juntos que evoluiremos como potência esportiva.

Quando precisei me afastar da presidência da CACOB, escolhida pela Comissão para participar do processo eleitoral do Comitê Olímpico do Brasil deste ano, já sentia muito orgulho de estar acompanhando de perto meus colegas, ex-atletas, sendo escolhidos para ocuparem cargos relevantes. Estamos vivendo um momento de representação muito reconhecido e sério. Tivemos recentemente Iziane Marques, ex-jogadora de basquete, nomeada como Secretária Nacional de Esportes de Alto Desempenho, a velejadora e medalhista olímpica Isabel Swan, que havia sido demitida do COB, eleita por unanimidade como presidente da Comissão de Atletas da Panam Sports, que organiza os Jogos Pan-Americanaos, e Diogo Silva, ex-atleta do taekwondo e ex-membro da CACOB, nomeado assessor especial da então Ministra dos Esportes Ana Moser e, agora, Duda passando a integrar o Conselho de Ética.

É uma nova geração de ex-esportistas, preparados e prontos para trazer suas experiências para melhorar o esporte olímpico brasileiro. Não poderia deixar de destacar o protagonismo feminino que vem quebrando paradigmas. Ao ser escolhida pela CACOB para ser a representante dos atletas na eleição do COB que acontecerá este ano, após os Jogos de Paris-2024, pensei muito nisso. Em um ano em que provavelmente teremos a edição ‘mais feminina’ da história dos Jogos Olímpicos, com a expectativa de ter a campanha ‘mais feminina’ do movimento olímpico brasileiro, penso que não teria melhor momento para que uma mulher, nordestina, nascida no sertão de Pernambuco, represente os atletas e ex-atletas na escolha majoritária do COB. Tenho muito orgulho e gratidão por ocupar esse espaço.

Parabéns, Duda! Parabéns a todos que acreditam, como eu, que é possível sermos melhores se caminharmos juntos. Dentro e fora das competições.

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* Yane Marques é ex-atleta de Pentatlo Moderno, medalhista de bronze nos Jogos de Londres, e ex-presidente da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil

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