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STF nega pedido para anular afastamento do presidente da CBF

Ministro André Mendonça rejeita solicitação feita pelo PSD

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 dez 2023, 09h14 - Publicado em 27 dez 2023, 09h00

O Superior Tribunal Federal (STF) negou liminar pedindo anulação do afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no dia 7 de dezembro. O pedido, protocolado no dia 18 de dezembro, foi feito pelo Partido Social Democrático (PSD), sob o argumento de que a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) teria anulado o termo de ajustamento de conduta estabelecido entre o Ministério Público do RJ (MP-RJ) e a CBF, além de colocar em “risco concreto a organização do futebol no país e toda a sua cadeia econômica”.

Em sua decisão, o ministro André Mendonça afirma que o “processo transcorreu – por mais de seis anos – sem a vigência de qualquer medida de urgência” e que agora não vê caracterizada a presença dos requisitos capazes de justificar a concessão de uma liminar. Além disso, o magistrado solicitou mais informações ao TJ-RJ, no prazo de dez dias, e pede a manifestação tanto do Advogado-Geral da União como do Procurador-Geral da República sobre o caso.

Como tudo aconteceu?

O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF ocorreu no dia 7 de dezembro. O TJ-RJ informou, à época, que a instituição deveria “realizar nova eleição no prazo de 30 dias e, até lá, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva [STJD] ficará responsável pela rotina administrativa da CBF”.

Tudo isso aconteceu porque, antes, a 21ª Câmara de Direito Privado do TJ-RJ extinguiu a ação civil pública movida pelo Ministério Público (MP) contra eleições que teriam sido realizadas irregularmente pela CBF em 2017. Foi em razão disso que a entidade máxima do futebol brasileiro aceitou assinar, em 2022, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que estabeleceu, entre outras coisas, a realização de uma nova eleição, da qual Rodrigues saiu vencedor.

A decisão de retirar Rodrigues da CBF foi tomada atendendo a um pedido de ex-vices-presidentes da entidade que perderam seus cargos no âmbito do TAC de 2022. Agora, com a nova decisão, o TJ-RJ afirma que o TAC assinado entre o MP e a CBF é ilegal.

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Histórico

Na ação civil pública de 2017, o MP sustenta que a CBF fez uma “manobra” para aprovar um novo estatuto na assembleia de 23 de março daquele ano, “sem respeitar a convocação obrigatória dos representantes dos clubes da Série A”, o que estaria em desacordo com a Lei Pelé. O estatuto votado, segundo o Ministério Público fluminense, teria “critério diferenciado de valoração de votos, que impede os clubes de constituírem maioria nas eleições”.

As 27 federações, únicas a participarem daquela reunião, tiveram o peso dos votos triplicado, podendo chegar a 81 sufrágios juntas. Os 20 clubes da primeira divisão (peso dois) e os 20 da segunda divisão (peso um) atingiriam somente 60 votos. Em 2018, baseado no estatuto aprovado em março, Rogério Caboclo foi eleito presidente da CBF, em pleito questionado pelo MP-RJ. O dirigente, porém, foi suspenso do cargo definitivamente em 24 de fevereiro de 2022, devido à acusação de assédio sexual que já o tinha afastado em setembro de 2021.

No dia 25 de fevereiro de 2022, o próprio juiz Mário Cunha Olinto Filho suspendeu o processo que apura a eleição de 2018, atendendo a uma solicitação da CBF e do Ministério Público fluminense. Segundo o TJ-RJ, o requerimento foi peticionado após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar intervenção na entidade, o que levou a Federação Internacional de Futebol (Fifa) a pedir “uma explicação legal detalhada sobre as consequências específicas da referida decisão”. A Fifa estabelece que as associações filiadas devem ser administradas “de forma independente e sem influência indevida de terceiros”, sob pena de sanções – como a exclusão da Copa do Mundo.

(Com Agência Brasil)

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