Promessa do vôlei deixa seleção para realizar sonho nos EUA
A carioca Ana Beatriz Franklin, destaque das equipes de base do Brasil, abre mão de fazer carreira na modalidade para dar prioridade aos estudos
Ana Beatriz Franklin tinha tudo para se tornar uma estrela do vôlei brasileiro. Com uma carreira vitoriosa nas divisões de base em clubes e na seleção, a carioca parecia destinada a defender o time principal do Brasil em Jogos Olímpicos e Mundiais, mas esse plano foi interrompido. Por ela própria. Para espanto das colegas de seleção, Ana Beatriz decidiu mudar o rumo de sua vida e ir estudar nos Estados Unidos.
No segundo semestre, a carioca de 19 anos vai começar seu segundo ano no curso de Business (algo entre Administração de Empresas e Economia) da Ohio State, uma das principais forças do esporte universitário do país. Segundo ela, a decisão de deixar o Brasil foi a realização de um desejo muito antigo. “Eu sempre quis ir para os Estados Unidos para estudar, sempre soube que iria em algum momento. Por isso, eu já sabia que não iria para a seleção brasileira adulta”, afirma Ana Beatriz.
Revelada pelo Fluminense, do Rio, ela jogou também no Pinheiros, de São Paulo, antes de ir para os Estados Unidos. Por esses dois clubes, ganhou vários títulos estaduais e nacionais. Pela seleção brasileira, foi campeã sul-americana nas categorias infantil (na qual foi eleita a melhor jogadora do torneio) e infanto-juvenil. Nessa categoria, disputou o Mundial em 2015, no Peru.
Por causa de seu ótimo histórico no vôlei, Ana Beatriz conseguiu algo bastante incomum: ser convidada para integrar a universidade depois de ter entrado em contato diretamente com o treinador da equipe, por meio do site da Ohio State. Agora seu objetivo é ajudar o time a ser campeão nacional, o que nunca ocorreu no vôlei feminino. “O jogo nos Estados Unidos é muito mais rápido do que no Brasil. Por isso, meu primeiro ano foi de adaptação, não joguei muito, mas foi bom como aprendizado. No segundo ano, terei como ajudar muito mais.”
Como ainda tem três anos de universidade pela frente, a carioca não tem muito claro o que pretende fazer depois de formada. Sua ideia inicial é trabalhar em alguma empresa americana com sede no Brasil, mas ela não descarta a possibilidade de se tornar profissional do vôlei, se surgir uma proposta interessante. “Para isso, tem de ser no Brasil ou na Europa, mas acho que no Brasil é melhor. Não posso dizer que é impossível eu jogar como profissional, ou até mesmo chegar à seleção principal, mas é claro que, por ter ido para os Estados Unidos, isso ficou muito mais difícil.”