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O breaking na pista: todo mundo se requebra muito em Paris

A modalidade estreante nos Jogos atrai um público de variadas idades e gostos à bela Place de la Concorde

Por Monica Weinberg, de Paris
Atualizado em 9 ago 2024, 17h03 - Publicado em 9 ago 2024, 12h49

O breaking, enfim, estreou na Olimpíada e foi com apresentações que sacudiram a Place de La Concorde, área tomada de gente animada, com uma grande concentração jovem, tudo observado pelo obelisco de Luxor e a Torre Eiffel mais ao fundo. A festa da dança que surgiu nos anos de 1970, no Bronx, em Nova York, vai embalar Paris nas próximas 24 horas, quando a competição se encerra, e já caiu no gosto de gente que não sabia nem do que se tratava.

Com muito rap na caixa, os dançarinos-atletas só tomam conhecimento da música que vão coreografar em tempo real, o que exige um rápido poder de reação de b-boys e b-girls, como os praticantes são chamados. As batalhas, essa é a palavra, são de dois em dois, tête-à-tête. Sem ódios, aparentemente. Perdedor e ganhador se abraçam, e vida que segue.

A REGRA É CLARA?

Tirando os poucos peritos na plateia, os demais mortais boiavam em relação às regras que faziam este ou aquele competidor ir mais longe no placar – o que em nada arrefeceu a empolgação na arena a céu aberto, com direto a bandeiras e tudo.

Para os curiosos, o que os jurados observavam na performance de 16 mulheres (amanhã tem os homens) às voltas com giros e manobras acrobáticas eram cinco itens de peso idêntico estabelecidos na cartilha do Comitê Olímpico Internacional: técnica, execução, musicalidade, vocabulário (a gama de movimentos) e originalidade – esta, ao menos para os leigos, pareceu de bom tamanho. Nem sempre para os juízes. Ao dar nota mais baixa, não raro eram vaiados.

Do lado de fora, a agora modalidade esportiva contagiava pessoas de todas as idades e nacionalidades, com mais ou menos breaking no pé. Professores sobre um palco perto da arena faziam até os mais tímidos requebrar. “Nem sabia direito o que ia encontrar aqui, mais isso é muito cool”, dizia a tailandesa Chanya Bunmi, 23 anos, que se arriscou dando seus passos e foi muita aplaudida. A criançada também adorou.

Desde que o breaking entrou para a lista de modalidades olímpicas, uma ala de críticos de plantão diz que não é esporte e desfia seus argumentos. Uma polêmica daquelas que ficou de lado neste dia em que a trilha sonora de Paris foi o rap.

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