NFL no Brasil: qual a expectativa de retorno do jogo de setembro para SP
Partida inédita em um país da América Latina acontecerá no dia 6 de setembro, na Neo Química Arena, em São Paulo
A nova temporada da NFL só começa em setembro, com o Kickoff Game na casa dos Chiefs, atuais detentores do título, em Kansas City — o adversário ainda será definido. Com planos de alcançar mais público fora das fronteiras dos Estados Unidos, a liga de futebol americano planejou este ano novos jogos internacionais. Serão cinco ao todo: três em Londres, na Inglaterra; um em Munique, na Alemanha, e um no Brasil.
O prélio brasileiro, válido pela primeira rodada do campeonato, acontecerá em São Paulo, no dia 6 de setembro, uma sexta-feira, na Neo Química Arena, em Itaquera, Zona Leste da capital paulista. O mandante, o Philadelphia Eagles, já é conhecido. Os “visitantes” serão anunciados entre o fim de março e o início de maio.
Há uma série de ineditismos atrelados ao jogo. Além de ser o primeiro confronto entre times da NFL disputado em um país da América do Sul, é também o primeiro que será jogado em uma sexta-feira em décadas — tradicionalmente, as transmissões acontecem aos domingos, às segundas à noite e às quintas à noite.
O evento vem sendo gestado desde o fim de 2021, quando autoridades da cidade de São Paulo e dirigentes da liga americana fizeram os primeiros contatos. O anúncio oficial da partida aconteceu em meados de dezembro do ano passado, após muitas visitas da NFL ao Brasil e de agentes turísticos municipais aos Estados Unidos. Àquela altura, ficou claro para os americanos que a capital paulista tem todas as condições de abrigar um espetáculo esportivo dessa dimensão. Inclusive, tem tradição nesse campo, com realização, todos os anos, de finais de torneios nacionais de futebol, Grande Prêmio de Fórmula 1 e outros. Com cerca de 40 milhões de fãs locais, os cartolas estrangeiros não precisaram pensar muito para decidir entre a cidade da garoa e a outra concorrente, Madri, na Espanha.
Por que o Brasil?
O que fez a NFL optar pelo Brasil foi justamente o potencial de crescimento fora dos mercados convencionais — América do Norte e Europa. Prova disso é que a Espanha contava com estádios novos, reformados, e com um custo menor para organizar o jogo. “Nós tínhamos bons números no Fan Tracker, uma pesquisa global que acompanha o número de fãs, além de ótimos patrocinadores”, disse a VEJA Pedro Rego Monteiro CEO da a Effect Sport, agência oficial da NFL no Brasil desde 2015. “Juntando tudo, vir para um país que tem um fuso horário muito próximo dos Estados Unidos, onde a prática de transmissão funciona muito bem, faz todo o sentido. Além disso, eles apreciam muito como o brasileiro torce para a NFL.”
Além de acrescentar mais prestígio e credibilidade à sua reputação como palco de megaeventos, São Paulo também pode se beneficiar economicamente da realização do jogo da NFL na arena do Corinthians. “Projetamos um retorno econômico de 60 milhões de dólares e a criação de 5 000 empregos diretos e indiretos”, disse a VEJA Gustavo Pires, presidente da São Paulo Turismo. “A perspectiva é que, além de turistas americanos, possamos atrair mais investimentos do país aqui também.”
A logística está toda encaminhada, segundo os organizadores. As transformações necessárias no estádio, com os traçados necessários, as traves e acomodações para ambos os times participantes foram planejadas. Cada delegação viaja com pelo menos 32 jogadores que serão utilizados na partida, além de comissão técnica, dirigentes e outros integrantes — no total, pode chegar até a 80 pessoas. Na parte externa, os representantes da NFL já se reuniram com órgãos de segurança da cidade e ficaram animados com o esquema de transporte.
A partir de março, equipes da NFL virão pelo menos uma vez por mês para supervisionar a evolução dos trabalhos e fazer os anúncios que faltam — preços dos ingressos, abertura de vendas de bilhetes e o adversário dos Eagles. “Um desses anúncios será feito em São Paulo”, garantiu Pires, da SP Turis.