Murilo, do vôlei, nega doping: ‘Consciência tranquila’
Ponteiro de 36 anos foi flagrado em exame pelo uso do diurético furosemida, mas alegou não ter utilizado nenhuma substância ilícita
O jogador de vôlei Murilo Endres, recentemente flagrado em exame antidoping pelo uso do diurético furosemida, concedeu entrevista nesta terça-feira para esclarecer o ocorrido e jurar inocência. Na sede de seu clube, o Sesi-SP, o ponteiro de 36 anos alegou que não utilizou nenhuma substância ilícita para melhorar seu desempenho nas quadras e se mostrou surpreso com o resultado do exame, enviado a ele por e-mail.
“Estou com a consciência tranquila, minha preocupação é saber como isso deu positivo. Achei importante vir até aqui e olhar nos olhos de cada um de vocês. Fiquei muito surpreso, recebi a notificação no dia 4 de maio, um dia depois do meu aniversário. Acordei, abri o e-mail e vi que tinha dado positivo. Passei por inúmeros testes, em clubes e seleção, e sempre fiz os testes muito tranquilo.”
Murilo ainda aguarda a contraprova do exame, que deverá ser divulgada em 15 dias. Caso o novo teste dê um resultado diferente do primeiro, a possível suspensão ao jogador será cancelada. Enquanto isso, ele poderá seguir atuando normalmente.
O advogado de Murilo, Marcelo Franklin, que já defendeu Cesar Cielo e Etiene Medeiros, assegurou que o uso de diuréticos não tem influência nenhuma no desempenho do atleta. “Diurético no vôlei não melhora a performance, isso, quando muito, prejudica. Vamos aguardar a amostra B, se for confirmado, apresentaremos uma defesa dizendo que diurético não aumentaria a performance”, disse Franklin.
“Não costumo deixar atletas falarem, mas esse caso é excepcional. A imagem do atleta deveria ter sido preservada. Muitos clientes tinham resultados da amostra A, a B não confirmou e a imprensa nunca soube. O Murilo achou importante, em nome da carreira dele, falar com vocês.”
Eleito o melhor jogador do mundo em 2010, Murilo tem uma longa trajetória na seleção brasileira. Sob o comando de Bernardinho, o ponteiro conquistou duas medalhas de prata olímpicas (Pequim 2008 e Londres 2012), mas foi com o mesmo treinador que sofreu uma das maiores decepções de sua carreira: o corte para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.