Mundial de Clubes: premiação e patrocínio movimentam o mercado a pouco mais de 60 dias da competição
Serão 32 clubes, sendo 4 brasileiros que podem arrecadar mais 100 milhões de dólares com o título

O maior Mundial de Clubes está chegando. No dia 14 de junho, às 21h, horário de Brasília, o anfitrião Inter de Miami dá o pontapé inicial contra o Al Ahly no campeonato que reúne equipes das seis confederações internacionais. Antes do apito inicial, o torneio movimenta o mercado com suas premiações milionárias e patrocínios. Os Estados Unidos, país sede do intercontinental, recebe nos próximos anos, duas das principais competições esportivas do mundo, as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol Masculina, e estão investindo no setor para receber os eventos.
A Fifa aposta alto no campeonato, com premiação superando a da Copa do Mundo de 2022. Os valores pela participação estão divididos entre as confederações continentais. O velho continente irá receber de US$12,81 milhões (R$73 mi) a US$38,19 milhões (R$217,66 mi) para cada uma das 16 equipes europeias. A América do Sul vem em seguida com US$15,21 milhões (R$86,6 mi), ou seja, juntos, os representantes brasileiros, Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo, vão receber R$346,4 milhões.
As equipes da América do Norte, América Central e Caribe ficarão com US$9,55 milhões (R$54,4 mi) cada, o mesmo valor para Ásia e África. A Oceania, com apenas um representante, terá US$3,58 milhões (R$20,4 mi).
Além do valor pela participação, os clubes também receberão por rodada. São US$2 milhões por vitória na fase de grupos, e US$1 milhão por empate. As equipes que avançarem às oitavas recebem US$7 milhões; às quartas US$13,125 milhões; e às semis US$21 milhões. O vice-campeão ainda arrecada US$21 milhões e o vencedor US$40 milhões. Se um dos times brasileiros conquistar o título apenas com vitórias, sairá dos EUA com US$102,835 milhões de dólares na conta.
Marcos Casseb, sócio da Roc Nation Sports Brazil, gerente de carreira de centenas de atletas, acredita que a Fifa tem o interesse em transformar o Mundial de Clubes em uma disputa a nível de uma Copa do Mundo e que seja valorizado por todos os clubes. “Essa premiação recorde serve como um incentivo aos participantes, principalmente os europeus, fazendo com que eles possam levar este atual formato mais a sério.”
Para pagar tantas premiações, a Fifa arrecada fundos com o direito de transmissões e patrocinadores. De acordo com o New York Times, a plataforma de streaming DAZN fechou um acordo com a entidade máxima do futebol por US$1 bilhão de dólares para transmitir gratuitamente as 63 partidas da “Copa do Mundo de Clubes”. Outros grandes nomes também formam a lista de patrocínios: Bank of America, também patrocinador da Copa do Mundo de 2026; a Coca Cola; a AB InBev, a maior cervejaria do planeta; além da empresa chinesa de eletrônicos Hisense.
Calendário cheio nos EUA
O Tio Sam está com o cronograma reservado para o futebol internacional. Na terra onde o basquete, futebol americano, baseball e hockey disputam o público, a modalidade jogada com os pés está de passagem com grandes eventos nos próximos anos. Os Estados Unidos já receberam a Copa América em 2024, e se preparam para ser uma das sedes da Copa do Mundo masculina de 2026 e da feminina de 2031, se a candidatura se confirmar neste último caso. Nesse meio tempo, a Cidade dos Anjos será palco para as Olimpíadas, com Los Angeles 2028.
O Mundial de Clubes acontecer nos EUA indica uma movimentação, inclusive da Fifa, que transferiu funcionários da Suíça para perto de Miami, cidade de estreia do campeonato. A ida de craques do futebol para o campeonato americano, como Lionel Messi e Luis Suárez, também impulsionaram os investimentos locais da Major League Soccer (MLS). “Disputar atenção com as outras quatro grandes ligas já estabelecidas [NBA, NFL, NHL e MLB] é um desafio e tanto, mas o futebol tem tudo para consolidar sua presença dessa vez“, analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.