Morre Roberto Dinamite, ídolo do Vasco e maior artilheiro do Brasileiro
Ex-atacante, que lutava contra um câncer no intestino, havia sido levado ao hospital no sábado após complicação do quadro

Morreu neste domingo, 8, aos 68 anos o ex-atacante Roberto Dinamite, para muitos o maior ídolo da história do Vasco. O jogador, nascido Carlos Roberto Gama de Oliveira, vinha lutando contra um câncer no intestino desde o ano passado – ele havia sido internado no sábado, 7, após o seu quadro ter piorado.
Dinamite marcou 708 gols em 1.110 jogos pelo Vasco, clube que defendeu por mais de vinte anos, entre 1971 e 1992. Em toda a sua trajetória, só saiu do clube do Rio de Janeiro para defender a Portuguesa paulista por empréstimo (em 1989) e o Campo Grande (em 1991), ambos por empréstimo, além do Barcelona, onde fez apenas 11 jogos entre 1979 e 1980. Um dos jogos épicos de sua carreira ocorreu exatamente na sua volta da Espanha, quando no Maracanã anotou os cinco gols da vitória sobre o Corinthians por 5 a 2.
O apelido do artilheiro foi dado por jornalistas do antigo Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, que o chamava de “garoto-dinamite” em razão do potencial que mostrava na base. Quando ele marcou o seu primeiro gol pelo clube, aos 17 anos, em uma partida contra o Internacional, no Maracanã, o jornal estampou na manchete: “Garoto-dinamite explode”.
Pelo Vasco, Dinamite tornou-se o maior goleador da história do clube e conquistou o Campeonato Brasileiro de 1974 (quando foi o artilheiro da competição, com 16 gols), além de cinco campeonatos estaduais. É o maior artilheiro da história do Brasileiro, com 190 gols.
Dinamite defendeu a seleção brasileira entre 1975 e 1984 e participou de duas Copas do Mundo. Em 1978, na Argentina, fez um gol contra a Áustria (vitória de 1 a 0) e dois sobre a Polônia (vitória por 3 a 1). Em 1982, foi convocado por Telê Santana às vésperas do Mundial, após a contusão de Careca, mas não chegou a jogar – foi reserva de Serginho Chulapa. Em toda a sua história pela seleção, marcou 26 gols e conquistou cinco títulos, sendo o principal deles o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, em 1976.
Após a carreira, Dinamite entrou para a política, sendo eleito vereador do Rio de Janeiro pelo PSDB em 1992. Depois, tornou-se deputado estadual, vencendo as eleições de 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010 – em 2014, não conseguiu se reeleger. Durante esse período, trocou o PSDB pelo PMDB.
Em 2008, foi eleito presidente do Vasco, liderando movimento de oposição ao cartola Eurico Miranda. Como dirigente, Dinamite não teve o mesmo sucesso. Enfrentou o primeiro rebaixamento da história do clube em 2008 (voltou à Série A no ano seguinte após ganhar a Série B). Também conquistou a Copa do Brasil de 2011. Em 2014, após o segundo rebaixamento (em 2013), perdeu o comando do clube para Eurico Miranda, o antigo desafeto.
O atleta foi imortalizado em São Januário – estádio onde é o maior goleador da história – com uma estátua inaugurada em abril deste ano.
No Twitter, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que é vascaíno, publicou uma homenagem. “Meu ídolo desde criança. O cara que me fez viver as primeiras emoções com o meu Vascão. Um ser humano generoso e amigo. Vai em paz Dinamite”, postou.
https://twitter.com/eduardopaes/status/1612098989897273350?s=20&t=zSaxhD_3U-bX1gcTRhUpfg
O último post de Dinamite em seu Twitter oficial foi no dia 29 de dezembro de 2022: uma homenagem a Pelé, que havia morrido naquele dia aos 82 anos.
https://twitter.com/rdinamite10/status/1608557073218015233?s=20&t=zSaxhD_3U-bX1gcTRhUpfg