Mesmo sem Copa e sem medalha de ouro, Marta não perde a majestade
Aos 38 anos, a jogadora brasileira levou o Orlando Pride, dos Estados Unidos, onde atua desde 2017, ao primeiro campeonato da NWSL
Marta Vieira da Silva é mesmo um fenômeno. Aos 38 anos, a jogadora brasileira, também conhecida popularmente como Rainha Marta, recentemente levou o Orlando Pride, dos Estados Unidos, onde atua desde 2017, ao seu primeiro campeonato da National Women’s Soccer League (NWSL), solidificando seu legado no futebol feminino. A vitória se soma a uma carreira brilhante que inclui seis prêmios de Jogadora do Ano da Fifa e um recorde de 17 gols em torneios da Copa do Mundo, tornando-a a maior artilheira de todos os tempos em competições masculinas e femininas. A lacuna que resta são o mundial de seleções e a medalha de ouro nas Olimpíadas.
A brasileira conduziu a conquista neste domingo, 24, quando a equipe se sagrou campeã com vitória por 1 a 0 na final sobre o Washington Spirit. O gol do título foi de Barbra Banda, nascida em Zâmbia. Emocionada, a atacante compartilhou nas redes sociais a alegria da realização na presença da mãe, que da arquibancada assistiu pela primeira vez a filha em campo em uma partida nos EUA. “Isso significa muito”, disse Marta. “Jogar com essas atletas é algo realmente especial, que nunca tive em nenhum outro clube.”
A jornada de Marta começou no Brasil, onde ela enfrentou vários desafios, incluindo uma proibição de longa data do futebol feminino. Apesar desses obstáculos, ela surgiu como uma pioneira, capturando a atenção internacional pela primeira vez durante seu tempo com o Umeå IK na Suécia, onde ganhou vários títulos da liga e a Copa Feminina da Uefa. Sua destreza em campo lhe rendeu comparações com lendas brasileiras como Pelé, que reconheceu seu talento.
Ao longo de sua carreira internacional com o Brasil, Marta tem sido uma figura fundamental. Ela marcou 119 gols pela seleção e participou de cinco Copas do Mundo e cinco Jogos Olímpicos consecutivos. Ela se tornou a primeira jogadora a marcar em cinco Copas do Mundo diferentes e é celebrada por suas contribuições para as medalhas de prata do Brasil nas Olimpíadas de 2004 e 2008. Apesar desses elogios, uma frustração significativa permanece: Marta nunca ganhou um título de Copa do Mundo ou a medalha de ouro olímpica.
O mais perto que ela chegou foi em 2007, quando o Brasil chegou à final, mas perdeu para a Alemanha. Essa decepção tem sido um tema recorrente ao longo de sua carreira. Após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo de 2019, Marta fez um apelo emocional para que as gerações futuras valorizassem mais profundamente o futebol feminino. Suas palavras ressoaram globalmente, destacando sua paixão pelo esporte e seu desejo de progresso.
Enquanto Marta continua a competir em alto nível com o Orlando Pride, ela segue sendo uma figura inspiradora para jovens atletas em todo o mundo. Sua recente vitória no campeonato não é apenas uma conquista pessoal; representa um marco significativo para o futebol feminino nos Estados Unidos. Com planos de se aposentar em breve, o legado de Marta sem dúvida influenciará as futuras gerações de jogadoras de futebol, garantindo que seu impacto no esporte seja sentido muito depois que ela pendurar as chuteiras.