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‘Made in Brazil’: as expectativas para o primeiro jogo da NFL na América do Sul

Grande evento promete encher a Neo Química Arena, em São Paulo, ampliar a base de fãs e movimentar a economia da cidade

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 set 2024, 08h00

O kickoff é a jogada que inicia uma partida de futebol americano. Um time chuta a bola oval de sua própria linha de 35 jardas para a equipe receptora do lado oposto, que então tenta agarrá-la com firmeza para avançar no campo do adversário, e assim marcar pontos. Ainda não se sabe quem, entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, fará as honras de começar o primeiro jogo oficial da NFL na América do Sul. A única certeza dos organizadores do evento é que no dia 6 de setembro, às 21h15, a Neo Química Arena, no bairro paulistano de Itaquera, estará lotada — mais de 42 000 ingressos, a preços que variavam entre 285 e 2 520 reais, foram vendidos em menos de duas horas — para ver as equipes capitaneadas pelos quarterbacks Jalen Hurts, do Eagles, e Jordan Love, do Packers, se enfrentarem.

A escolha de São Paulo como sede do evento e o estádio do Corinthians como palco foi resultado de um processo competitivo que começou em 2021, do qual participaram concorrentes como Rio de Janeiro, Madri e Barcelona, e campos como Maracanã, Santiago Bernabéu e Camp Nou. A NFL, com times de uniformes parcialmente verdes, invadirá o terreno alvinegro por uma semana, com cerca de 3 000 pessoas trabalhando na operação de adaptação do gramado. Haverá até uma versão brasileira do chamado tailgate, que acontece no estacionamento antes das partidas, com churrasqueiras portáteis e quiosques. A prefeitura e a SPTuris, empresa municipal de turismo, aguardam 4 000 visitantes americanos para acompanhar o evento. Estima-se movimentação econômica de 60 milhões de dólares. “Estamos trabalhando em conjunto com as forças de segurança locais e a liga para garantir uma experiência segura e emocionante”, diz Gustavo Pires, presidente da SPTuris.

VERDE-AMARELO - Jordan Love: o comandante do ataque dos Packers é estrela cultuada da bola oval
VERDE-AMARELO - Jordan Love: o comandante do ataque dos Packers é estrela cultuada da bola oval (Matthew Pearce/Icon Sportswire/Getty Images)

O sucesso anunciado da iniciativa vai além da conhecida predisposição brasileira de abraçar os esportes, quaisquer que sejam. É reflexo de uma tendência crescente no mundo inteiro: a globalização das ligas profissionais. A própria NFL começou a realizar jogos oficiais da temporada regular fora dos Estados Unidos em 2005. O primeiro confronto desse tipo aconteceu no Estádio Azteca, na Cidade do México, entre o Arizona Cardinals e o San Francisco 49ers. Depois disso, os americanos expandiram sua presença internacional com a introdução, em 2007, da NFL International Series, em Londres, que vem abrigando partidas oficiais desde então. Entre 2008 e 2013, houve a Bills Toronto Series, no Canadá. Mais recentemente, equipes dos Estados Unidos chegaram com pompa a Munique, em 2022, e Frankfurt, no ano passado.

Outras ligas profissionais de diferentes continentes têm expandido suas fronteiras, realizando partidas em territórios estrangeiros nos últimos anos. Esse movimento visa ampliar a base de fãs internacionais, aumentar a visibilidade global e explorar novos mercados. A NBA, por exemplo, promoveu jogos oficiais na Europa e na China. A Bundesliga, na Alemanha, e a Premier League, na Inglaterra, levaram o futebol da bola redonda para a América do Norte e o Extremo Oriente. Essas iniciativas refletem a crescente internacionalização do esporte profissional, evidenciando o desejo das organizações de se conectarem com públicos diversos ao redor do globo e solidificarem sua presença no cenário mundial, com apoio, é natural, das redes sociais.

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NA CHINA - Partida da NBA em Pequim: experiência estrangeira
NA CHINA - Partida da NBA em Pequim: experiência estrangeira (Kenneth Lu/.)

A NFL vê o jogo entre Eagles e Packers como a possibilidade de um compromisso duradouro com o Brasil, com a perspectiva de realizar eventos semelhantes em outras cidades. “Estamos comprometidos em trazer nosso melhor produto para os fãs em todo o mundo”, diz Peter O’Reilly, vice-presidente executivo da liga.

É exemplo de como a universalização dos esportes pode trazer benefícios financeiros, culturais e sociais para as cidades anfitriãs, ao mesmo tempo que expande a base de fãs. Segundo levantamento do Ibope Repucom sobre comportamento de torcedores e consumidores brasileiros, mais de 35 milhões de homens e mulheres se declaram entusiastas do futebol americano. A farra paulistana pode ser apenas o kickoff.

Publicado em VEJA de 30 de agosto de 2024, edição nº 2908

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