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Jogador do América-MG é preso após injúria racial em partida da Série B

Miguelito teria ofendido o atacante Allano, do Operário-PR, durante o jogo de domingo; atleta permanece detido e aguarda audiência de custódia

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 Maio 2025, 11h41 - Publicado em 5 Maio 2025, 11h32

O meia boliviano Miguel Ángel Terceros Acuña, conhecido como Miguelito, jogador do América-MG, foi preso em flagrante no domingo (4) em Ponta Grossa (PR), após ser acusado de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante partida válida pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. A prisão ocorreu ainda na noite do jogo, que terminou com vitória do time paranaense por 1 a 0.

A ofensa teria acontecido aos 30 minutos do primeiro tempo, logo após uma disputa de bola. De acordo com o relato do próprio Allano, reforçado pelo volante Jacy, também do Operário, Miguelito teria se virado para o jogador e o chamado de “preto do c******” ou “preto cagão”, conforme as variações mencionadas por veículos de imprensa. A agressão verbal não foi registrada pelas imagens oficiais da transmissão, mas os relatos foram considerados suficientes pela Polícia Civil do Paraná para a prisão em flagrante.

Após o episódio, o árbitro Alisson Sidnei Furtado interrompeu a partida por cerca de 15 minutos e acionou o protocolo antirracista da Fifa e da CBF, cruzando os braços na altura do peito em forma de “X”. A súmula do jogo registrou a denúncia feita por Allano, mas destacou que nenhum membro da arbitragem presenciou a ofensa.

Ao final da partida, os três jogadores envolvidos — Miguelito, Allano e Jacy — foram levados por policiais militares à sede da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa. Após ouvir os depoimentos, a Polícia Civil lavrou o flagrante com base na Lei nº 7.716/1989, que trata de crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. A pena prevista pode chegar a cinco anos de reclusão. O jogador permanece custodiado até a audiência de custódia. Segundo o delegado Gabriel Munhoz, o inquérito deverá ser concluído nos próximos dias. A Polícia solicitou às emissoras imagens de outros ângulos da partida para complementar a investigação.

Durante a paralisação da partida, torcedores do Operário arremessaram um copo com líquido em direção ao banco de reservas do América-MG. Um torcedor foi identificado e retirado pela polícia.

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Como os clubes se posicionaram?

O Operário Ferroviário Esporte Clube divulgou nota nas redes sociais em que “repudia com veemência qualquer ato de racismo” e afirmou que busca “imagens e demais elementos que possam confirmar os fatos” e que tomará “todas as medidas cabíveis diante da gravidade da situação”. O clube também declarou que está prestando todo apoio ao atacante Allano.

O América-MG também se posicionou publicamente, defendendo seu jogador. Em nota, afirmou: “O América FC, fiel à sua história centenária e aos princípios que a sustentam, vem a público prestar esclarecimentos e manifestar total solidariedade ao atleta Miguel Ángel Terceros Acuña, diante de acusações infundadas que tentam associar seu nome a conduta de cunho racista. Após criteriosa apuração interna e análise dos fatos disponíveis, não foi identificada qualquer atitude, gesto ou declaração do jogador que possa, sob qualquer ângulo, ser interpretada como discriminatória.”

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O clube mineiro ainda reiterou seu “compromisso inegociável com a igualdade, o respeito à dignidade humana e o combate a toda e qualquer forma de preconceito.”

Até o momento, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não se manifestou oficialmente sobre o caso.

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