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Em grande fase, Bia Haddad Maia recoloca o Brasil na elite do tênis

Atleta paulista de 26 anos está no top 30 do ranking mundial e chegou à 12ª vitória seguida na grama nesta quarta-feira, 22

Por Da Redação Atualizado em 22 jun 2022, 16h50 - Publicado em 22 jun 2022, 16h27

Beatriz Haddad Maia é um dos grandes nomes do esporte brasileiro no momento. A paulista de 26 anos, 1.85 metro e potentes golpes de canhota superou momentos difíceis, que incluíram lesões e uma controversa suspensão por doping, e vive hoje a melhor fase de sua carreira no tênis. Nesta quarta-feira, 22, ela eliminou a britânica Jodie Burrage por 2 sets a 0, com parciais de 6/1 e 6/2, e garantiu vaga nas quartas de final do WTA 500 de Eastbourne, na Inglaterra, em pouco mais de uma hora de partida.

Esta foi a 12ª vitória seguida de Bia Haddad Maia em jogos na grama. Ela foi a primeira tenista a enfileirar 11 triunfos neste piso desde a lenda americana Serena Williams, que entre 2015 e 2018 somou 20 partidas de invencibilidade. Só neste mês, Bia Haddad já conquistou o título dos torneios de Nottingham e Birmingham, ambos na Inglaterra, seus primeiros troféus da WTA, que a alçaram à posição de 29º do ranking mundial.

Nesta manhã, Bia não deu chances a Burrage, 169ª do mundo, e algoz da espanhola Paula Badosa, 4ª do mundo, na estreia. Sua adversária nas quartas de final, na quinta-feira, 22, será a ucraniana Lesia Tsurenko, 114ª colocada.

Ao longo das 12 partidas de invencibilidade, a tenista nascida na capital paulista bateu nomes importantes, como a grega Maria Sakkari (5ª do mundo), a romena Simona Halep (19) e a checa Petra Kvitova (31), que já foram campeãs de Wimbledon. De quebra, Bia igualou o melhor ranking da carreira de um mito do esporte brasileiro, Maria Esther Bueno (1939-2018).

Tricampeã de Wimbledon e tetra do Us Open, Maria Esther Bueno foi por muitos anos considerada a melhor tenista do mundo, entre as décadas de 1960 e 1970, mas neste período não existia a WTA ou um ranking oficial. Em 1976, já em fim de carreira e com a lista estabelecida, ela alcançou o 29º posto.

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Em grande fase e já vislumbrando novas vitórias e, sobretudo, a disputa de Wimbledon, Bia Haddad caminha rumo ao top 20 do mundo, uma grande redenção em sua carreira.

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Antes dos títulos na Inglaterra, Bia havia disputado apenas uma final de WTA na categoria individual, em Seul, em setembro de 2017, quando foi derrotada pela letã Jelena Ostapenko. Forjada nas quadras dos clubes Sírio e Pinheiros, em sua cidade natal, Bia Haddad Maia ganhou destaque ainda como juvenil, mas convive desde jovem com problemas físicos como uma luxação no ombro e três hérnias na coluna que atrapalharam seu desenvolvimento.

Em 2016, quando vivia boa fase, fraturou três vértebras em um acidente doméstico que novamente freou sua evolução. O momento mais duro foi a suspensão por doping ocorrida em 2019, quando seus exames detectaram a presença de duas substâncias anabolizantes. “Fui do céu ao inferno em menos de 10 dias”, contou Bia Haddad em entrevista a VEJA, lembrando que uma semana antes do teste ela havia se destacado em Wimbledon, ao bater a hispano-venezuelana Garbine Muguruza, então número 1 do mundo

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Bia ficou dez meses suspensa, mas acabou inocentada, ao comprovar que houve uma contaminação cruzada na manipulação de vitaminas em uma farmácia. “Nos seis primeiros meses foi muito difícil acreditar, ir para o clube e sentir que as pessoas que gostavam de você estavam duvidando… isso doeu muito”, contou Bia, em março de 2020. 

Em seguida, a atleta ainda foi prejudicada pela parada no esporte causada pela pandemia de Covid-19. Em 2022, porém, Bia Haddad Maia retomou a sua melhor forma e agora aparece como grande esperança do tênis brasileiro, visando não apenas os grandes torneios da WTA, mas também os Jogos Olímpicos de Paris-2014. “Seguirei firme pois esse caminho é longo e amanhã começamos de novo em busca de uma melhor versão da Bia”, escreveu em suas redes sociais depois do título em Birmingham. 

Bia pode superar a marca de 20 vitórias seguidas na grama estabelecida em 2018 por Serena Williams. Para isso, no entanto, terá uma duríssima missão: precisa ser campeã do WTA de Eastbourne e também de Wimbledon, repetindo os feitos de Maria Esther Bueno em 1959, 1960 e 1964.

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Este ano o tradicional evento em Londres, que começa no próximo dia 27, não valerá pontos para o ranking mundial, em resposta da WTA e da ATP à decisão do All England Club de proibir atletas da Rússia e de Belarus de disputar o torneio, em punição à guerra na Ucrânia. O último título de Grand Slam do Brasil em um torneio de simples foi com Gustavo Kuerten, no Roland Garros de 2001. 

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