Discretos, CBF e Ancelotti ajustam detalhes para comando da seleção
Entre os temas: salário, auxiliares e até se treinador poderá fazer "home office". A VEJA, um dirigente brasileiro diz estar tudo "muito bem encaminhado"

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o estafe de Carlo Ancelotti são discretos sobre o acerto para que o técnico italiano assuma a seleção brasileira a partir do segundo semestre de 2024, noticiado na última segunda-feira (19), pelos sites UOL e GE. A VEJA, um dirigente da CBF resumiu a história: “Está tudo muito bem encaminhado.” Segundo o jornal espanhol AS, Ancelotti só falará sobre o assunto em janeiro e até lá só pensará nos desafios no Real Madrid, com quem tem contrato até o fim da próxima temporada.
A negociação de pendências entre as partes continua. Um dos temas é o salário que Ancelotti receberá no Brasil. Apesar de ser um dos técnicos mais bem pagos do mundo, a questão financeira não estaria assustando o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Segundo o UOL, a impressão do dirigente, em suas conversas com o italiano, é que esse ponto não é a prioridade para o técnico vir ou não para treinar a seleção. Além disso, a CBF já despendia uma quantia considerável com Tite e sua comissão técnica. O ex-comandante brasileiro ganhava cerca de R$ 1 milhão por mês, além da equipe. Na Europa, segundo o jornal francês L’Equipe, Ancelotti ganha 900 mil euros (cerca de R$ 4,5 milhões) ao mês. Há uma possibilidade de que o italiano venha com uma comissão menor, o que poderia equilibrar os custos.
Assunto mais urgente é o da transição até a chegada de Ancelotti ao país. A ideia da CBF é que um representante do treinador seja indicado em no máximo um mês, para que inicie logo seu trabalho junto ao técnico interino, Ramon Menezes. Esta decisão tem influência não só na seleção principal, que fará ao menos seis jogos das Eliminatórias para a Copa de 2026, antes da chegada prevista de Ancelotti, mas também no time olímpico, que ano que vem vai defender o título em Paris. O Pré-Olímpico vai começar em janeiro de 2024 e até agora a CBF não definiu quem será o comandante da equipe.
O cargo de coordenador de futebol também é um ponto que deve ser definido nas conversas da CBF com Ancelotti. O posto está vago desde o começo do ano, quando saiu Juninho Paulista. Alguns nomes estão sendo ventilados, entre eles, o de Paulo Roberto Falcão, ex-jogador e atual dirigente do Santos, e o de Kaká. Os dois conhecem bem Ancelotti. Kaká foi treinado por ele, e Falcão foi seu colega de elenco na Roma, nos anos 80. Até mesmo a extinção do cargo não é descartada, já que o próprio presidente da CBF tem assumido a função nestes meses.
Outro tema é se o italiano virá morar no Brasil, ou se fará o trabalho de casa, neste caso, no velho continente.