Daniel Alves é preso sem fiança na Espanha por acusação de agressão sexual
Jogador foi detido ao prestar depoimento e, após pedido do Ministério Público, teve prisão preventiva decretada pela justiça; ele nega ter cometido crime
O lateral Daniel Alves foi preso preventivamente nesta sexta-feira, 20, em Barcelona, na Espanha. O jogador de 39 anos é acusado de ter agredido sexualmente uma mulher de 23 anos durante uma festa em uma boate, na madrugada de 31 de dezembro de 2022, e teve a prisão decretada sem fiança pela justiça após pedido do Ministério Público espanhol. A informação é do jornal La Vanguardia.
O atleta, que joga do Pumas, do México, e disputou a Copa do Mundo de 2022, nega ter cometido o crime. Ele foi inicialmente detido pela polícia enquanto prestava depoimento em uma delegacia na parte da manhã. Posteriormente, a justiça de Barcelona acatou a solicitação do MP e prendeu preventivamente o brasileiro, que tem a condição de investigado.
O jornal Periódico de Catalunya teve acesso ao depoimento da mulher, que narrou um quadro de estupro. Segundo a denunciante, Daniel Alves a fez tocar em seu pênis por diversas vezes; em seguida, a levou para um banheiro e a teria obrigado a realizar sexo oral; diante da negativa da mulher, o jogador teria dado dado tapas em seu rosto e, por fim, efetuado a penetração até ejacular. Na sequência, a mulher se dirigiu a um hospital, onde foi realizado um “exame em busca de restos biológicos.
O caso veio à tona no último dia 31 de dezembro, pelo jornal espanhol ABC, quando a vítima disse ter sido tocada sem consentimento pelo jogador quando estava em uma boate de Barcelona. Após investigação policial, uma denúncia foi formalizada há dez dias. Desde então, Daniel Alves vem sendo investigado pela justiça – na Espanha, um juiz pode determinar uma investigação própria antes de levar um caso a julgamento.
Na última quinta-feira, 19, o site espanhol El Taquígrafo, que faz coberturas policiais, publicou que os movimentos de Daniel Alves foram filmados pelas câmeras de segurança da boate. O jogador chega ao local por volta das 2h da manhã, com um amigo. Eles dançam e conversam com mulheres. Às 4h22, a mulher que acusa o atleta vai ao banheiro e é seguida pelo jogador. Menos de um minuto depois, ela sai do banheiro, novamente seguida por ele. Dez minutos depois, ele vai embora.
Em entrevista à TV espanhola, o jogador negou o crime. “Eu estive nesse lugar, e quem me conhece sabe que eu adoro dançar, mas sem invadir o espaço de ninguém, respeitando os espaços. E quando você vai ao banheiro, não tem que perguntar quem está lá para usar o banheiro. Não sei quem é essa senhorita, nunca a vi. Nesses anos todos, nunca invadi o espaço de ninguém sem autorização”, declarou.
A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no no passado foi condenado de forma definitiva pela Justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.