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Artista britânico serve como ‘dublê de corpo’ para criar escultura de Ayrton Senna

A obra, que pesa 160 quilos, é um tributo a um dos maiores ícones da Fórmula 1

Por Redação 5 Maio 2025, 15h30

A escultura de bronze em tamanho real de Ayrton Senna, criada pelo artista britânico Paul Oz, foi revelada no Autosport International Show em Birmingham em janeiro de 2019, marcando os 25 anos do falecimento do tricampeão mundial. A obra, que pesa 160 quilos, é um tributo a um dos maiores ícones da Fórmula 1. Seis anos depois, peça ainda chama atenção por imortalizar momento marcante na trajetória de Senna.

A pose escolhida para a escultura não é aleatória; ela retrata Senna na posição de pilotagem associada à desafiadora curva Raidillon (Eau Rouge) no circuito de Spa-Francorchamps. Oz buscou replicar o movimento ascendente da esquerda para a direita, capturando o dinamismo e o esforço físico que os pilotos dedicam a esta curva, conhecida por sua inclinação de 17% que exige intenso esforço muscular nas costas. A inspiração veio, em parte, da famosa frase de Senna: “Se você tirar Eau Rouge, você tira a razão pela qual eu faço isso”. Oz explicou que remover o carro da representação foi uma escolha simbólica, já que o carro de corrida “tirou a vida de Ayrton Senna”.

O processo de criação foi inovador e exigiu cerca de oito meses de trabalho intenso. Paul Oz, que se define como um “artista explosivo”, utilizou uma técnica que combinou o tradicional com o moderno. Ele próprio vestiu um macacão oficial de réplica da McLaren de 1991 e um capacete similar ao de Senna, posando para centenas de fotos de diferentes ângulos. Oz, que coincidentemente tem a mesma altura e número de calçado de Senna, atuou como seu próprio “dublê de corpo”. Manter a posição estática por minutos a fio para as fotografias foi, segundo ele, o “primeiro sofrimento real” pela sua arte. As imagens foram então usadas para criar um modelo 3D. Esta abordagem, da fotografia diretamente para uma estátua de bronze, foi considerada inédita e um “momento divisor de águas” pela fundição.

O britânico Paul Oz, com uma maquete da escultura e a original ao fundo -
O britânico Paul Oz, com uma maquete da escultura e a original ao fundo – (Paul Oz/Divulgação)

A escultura foi realizada na Pangolin Editions, uma das mais prestigiadas fundições de bronze do mundo, a mesma utilizada pelo renomado artista Damien Hirst para algumas de suas obras. Detalhes artísticos, como arranhões verticais no visor do capacete para simular reflexos, foram incorporados, traduzindo técnicas que Oz já utilizava em suas pinturas a óleo. Após a modelagem 3D e a impressão, o modelo foi revestido em argila para adicionar detalhes de textura, e depois dividido em partes para o processo de fundição em cera perdida.

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Edição limitada

A estátua é uma edição limitada. Foram anunciadas três edições em tamanho real para marcar os títulos mundiais de Senna. Além disso, foram criadas 41 versões em escala 60% (a escala usada para testes em túnel de vento na F1, com cerca de 1 metro de comprimento) para celebrar as vitórias de Senna na F1, cada uma nomeada em homenagem a uma vitória específica. Também existem 106 versões menores, em acrílico branco com 30cm, que representam as participações de Senna em corridas. Oz doou duas das versões em bronze (não especificado a escala) para o Instituto Ayrton Senna leiloar.

As três estátuas em tamanho real esgotaram em apenas duas a três semanas após o anúncio, com os pedidos chegando através da imprensa. A primeira edição em tamanho real foi adquirida pela McLaren. Paul Oz manteve Zac Brown, CEO da McLaren Racing, informado durante todo o processo. A escultura foi instalada no boulevard do McLaren Technology Centre (MTC) em Woking, Inglaterra, em agosto de 2021. Oz descreveu o momento de levar a estátua para a McLaren, colocada ao lado do carro campeão de Senna de 1990, como um sentimento real de “trazê-lo para casa”, um momento que o emocionou profundamente e marcou o ápice de seu projeto mais ambicioso.

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A aquisição pela McLaren e a forte reação pública impulsionaram a carreira de Oz. A publicidade gerada pelo lançamento da estátua “viralizou” globalmente, aparecendo em programas como Top Gear, no jornal The Times, em notícias de TV no Brasil e em todo o mundo, o que aumentou significativamente a demanda por suas outras obras, como pinturas. A relação com Zac Brown e a McLaren resultou em novas encomendas, iniciando um projeto de sete anos para celebrar outros campeões mundiais da equipe em bronze. Oz já criou esculturas de bronze em tamanho real de Bruce McLaren, Niki Lauda e James Hunt para a equipe.

Oz considera a escultura “Senna Eau Rouge” sua provável obra mais reconhecida e um momento decisivo em sua carreira, que o levou a se dedicar a imortalizar ícones e a história da F1 em bronze. O projeto foi inteiramente autofinanciado com os lucros de suas pinturas anteriores, algo que Oz se orgulha e afirma que não teria sido possível depender de financiamento bancário.

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