Champions League: Marquinhos pode ser segundo brasileiro a erguer taça da Liga, o primeiro jogando a final
O time francês busca a primeira taça ‘orelhuda’ quatro anos depois de chegar na final e sair com o vice

A final da Champions League acontece neste sábado, 31, às 16h. Inter e PSG se encontram em Munique para disputar o título da primeira edição do campeonato sem fase de grupos. Os italianos vão em busca da quarta ‘orelhuda’, após 15 anos do tricampeonato. Do outro lado, o clube francês luta pela sua primeira taça do torneio na prateleira.
O caminho para a final foi diferente de 2021 e 2023, quando PSG e Inter foram vice-campeões, respectivamente. No lugar de uma fase de grupos, a UEFA instaurou um formato de Liga por pontos na primeira fase, com oito jogos definidos por sorteio para cada um dos 36 times. Os oito melhores se classificam direto para as oitavas, enquanto os clubes entre o 9º e 24º lugar se enfrentavam em uma fase de playoffs para chegar no mata-mata oficial.
Sem grandes estrelas mundiais, os finalistas dessa edição inédita chegam com a fama do futebol tático e o coletivo em destaque, depois de temporadas distintas nos campeonatos nacionais. O PSG teve a temporada perfeita com a tríplice coroa, pelo segundo ano consecutivo: venceu a Ligue 1 com seis rodadas de antecedência, bateu o Reims por 3 a 0 na final da Copa da França e marcou nos acréscimos para derrotar o Monaco na Supercopa.
Caso o PSG vença o quarto título da temporada 2024/25, os brasileiros tem um motivo para comemorar. O zagueiro Marquinhos é o capitão da equipe e pode se tornar o segundo brasileiro a levantar a taça da Champions com a faixa de capitão, depois de Marcelo pelo Real Madrid em 2022, que não entrou em campo na final. O defensor está sempre presente no time francês e na seleção brasileira, como aconteceu na primeira convocação de Ancelotti. Desde 2013 no clube de Paris, o defensor revelação do Corinthians estava na final do campeonato há cinco anos e pode superar o vice da época.
Como o PSG chegou na final?
A primeira fase do Paris foi penosa. Dos oito jogos, a equipe de Luis Enrique venceu quatro, empatou uma e sofreu três derrotas. Arsenal, Atlético de Madrid e Bayern de Munique foram os algozes que levaram o PSG à 15ª colocação na tabela, e ao caminho mais longo dos playoffs. Um destaque da fase de liga fica para virada contra o Manchester City por 4 a 2, depois de sair dois gols atrás no segundo tempo.
Mata-mata do PSG

Apesar do início complicado na competição, os playoffs serviram de alívio ao PSG. Contra o conterrâneo e estreante Brest FC (Stade Brestois 29), os campeões de tudo na França passaram por cima do calouro do torneio. Um 3 a 0 e um 7 a 0 carimbaram o passaporte dos parisienses rumo a enfrentar o melhor time da classificação por pontos.
O Liverpool chegou às oitavas sem precisar dos playoffs e com o carimbo de líder da tabela na fase anterior. A situação do PSG se tornou mais dramática com uma derrota por 1 a 0 em casa em uma atuação épica do goleiro Alisson. O herói dos franceses veio na segunda perna: Donnarumma. Dembele empatou o agregado logo no início, e após o tempo normal e prorrogação, o arqueiro italiano garantiu um 4 a 1 nos pênaltis para a equipe avançar na competição.
As quartas reservaram um encontro com a realeza britânica. O Aston Villa tem o príncipe William, o herdeiro do trono inglês como fanático torcedor, mas que não foi suficiente para bater um PSG embalado no torneio. Os placares foram de 3 a 1 em casa e um 3 a 2 para os ingleses fora de casa, que chegou a assustar, mas não tirou o bom futebol da equipe.
Outro Inglaterra x França marcou a semifinal mais tranquila desta edição da Champions. O Arsenal chegou embalado após eliminar o atual campeão, e 15 vezes vencedor, da competição, Real Madrid, mas não tirou o favoritismo do PSG. As várias tentativas de jogadas ensaiadas dos ingleses falharam para furar a barreira italiana chamada Donnarumma debaixo da trave do Paris que chegou a final, quatro anos depois do vice-campeonato com Mbappé e Neymar ainda no elenco.
Destaques da equipe
Antes de jogadores individuais, os atletas do PSG são um coletivo, e muito eficiente. Vale destacar o ataque com Doue pela direita e Kvaratskhelia do outro lado. O camisa 10 Dembele entra pelo meio no esquema tático, mas também fornece apoio nas pontas com a sua velocidade, e é um dos favoritos para disputar o prêmio de melhor do mundo pela sua temporada. O lateral direito Hakimi também oferece apoio no setor ofensivo e defensivo e experiência para o elenco.
Além do zagueiro e capitão Marquinho, seu companheiro de posição também é brasileiro. Lucas Beraldo, ex-São Paulo, perdeu a titularidade no campeonato, mas seu trabalho foi lembrado pelo novo treinador da seleção brasileira, Ancelotti, que o convocou para os jogos das Eliminatórias.
Fora das quatro linhas, Luis Enrique é o grande nome e maestro do time. Campeão da Liga em 2015 com o trio sul-americano Messi, Suárez e Neymar, o treinador volta com um time sem estrelas com um futebol organizado e que quer colocar a ‘orelhuda’ na estante sem egoísmos. No início deste ano, o espanhol disse que “a equipe está respondendo positivamente, em um nível espetacular” após a saída de Mbappé, grande nome do PSG nos últimos anos, mas que não venceu a Champions.
A motivação do técnico ainda é maior depois da perda da filha Xana, aos 9 anos, em 2019, em decorrência de um câncer. Há dez anos, na conquista pelo Barcelona, Luis Enrique comemorou o título com a filha dentro de campo. “Lembro de uma foto incrível que tenho com ela, na final da Champions League em Berlim, depois da conquista. Ela colocando uma bandeira do Barça no gramado. Espero poder fazer o mesmo com o PSG. Minha filha não estará lá fisicamente, mas estará lá espiritualmente. E para mim é muito importante”, disse o espanhol em coletiva.

Resultados
1 x 0 Girona
0 x 2 Arsenal
1 x 1 PSV
1 x 2 Atlético de Madrid
0 x 1 Bayern de Munique
3 x 0 Salzburg
4 x 2 Manchester City
4 x 1 Stuttgart
Playoffs:
3 x 0 Brest
7 x 0 Brest
Mata-mata
0 x 1 Liverpool
1 (1) x 0(4) Liverpool
3 x 1 Aston Villa
2 x 3 Aston Villa
1 x 0 Arsenal
2 x 1 Arsenal