Bernardinho deixa a seleção de vôlei após 16 anos
CBV anunciou a saída do treinador, que será substituído por Renan Dal Zotto
Chegou ao fim nesta quarta-feira um ciclo de quase 16 anos de vitórias. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) confirmou no Rio de Janeiro a saída do treinador Bernardinho da seleção masculina. Ele será substituído por Renan Dal Zotto, outro ex-jogador da “geração de prata”, vice-campeã olímpica em Los Angeles-1984. Bernardinho se despede da seleção com quatro medalhas olímpicas (duas de ouro, em 2004 e 2016, e duas de prata, em 2008 e 2012), além de diversos outros títulos.
Bernardinho não compareceu à entrevista desta quarta-feira. Desde a conquista da medalha de ouro na Rio-2016, o treinador de 57 anos já havia dado sinais de que deixaria o cargo. Os motivos que pesaram em sua escolha foram a ausência familiar e o fato de já ter atingido todos os objetivos de sua carreira. Ele conciliava o cargo de técnico da seleção masculina e também da equipe feminina do Rio de Janeiro.
“Bernardinho falou que chegou uma hora em que precisava dar mais atenção à família, ao pai. Ele quer estar um pouco mais próximo das filhas. Acho que tem um pouco do desgaste natural de tantos anos. Ele está precisando um tempo para ele. É só esse o motivo”, afirmou Radámes Lattari, último técnico da seleção antes de Bernardinho e atual diretor da CBV.
Bernardinho marcou uma era no vôlei brasileiro. Como jogador, foi vice-campeão olímpico em Los Angeles-1984. Como técnico, levou a seleção feminina a dois bronzes olímpicos, em Atlanta-1996 e Sydney-2000. No ano seguinte, assumiu a equipe masculina, pela qual se consagrou ainda mais. Além das quatro medalhas olímpicas, Bernardinho conquistou três Copas do Mundo (2002, 2006 e 2010), além de oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010).
Renan, seu substituto e amigo, trabalhava como diretor de seleções da CBV. Ele assumiu a responsabilidade de suceder o maior treinador da história do vôlei brasileiro e disse que as comparações não o preocupam. “São inevitáveis, mas vamos levar com tranquilidade. O Brasil está há treze anos no topo do ranking mundial. O difícil vai ser manter esse nível. É trabalhar forte e segurar a onda com essas comparações. Não vai ter problema.”
“É um motivo de muito orgulho, especialmente pela confiança depositada. É importante para mim. Estou há mais de quarenta anos no voleibol, e algumas vezes fui convocado pela CBV. Primeiro como jogador, depois em 2001, quando trabalhei na transição do Bernardo da seleção feminina para a masculina. Cada vez que vem esse convite me entusiasma muito”, afirmou o novo treinador do Brasil.
(com Estadão Conteúdo e Gazeta Esportiva)