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‘Barril dobrado, príncipe do gueto’: conheça o carismático boxeador Keno Marley

Baiano luta as quartas de final nesta quinta-feira contra o uzbeque Lazizbek Mullojonov 

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 ago 2024, 13h02 - Publicado em 1 ago 2024, 12h58

Não se deixe enganar pelos 1,91m e 92kg de Keno Marley. Natural de Conceição do Almeida, no recôncavo baiano, o boxeador é um daqueles pesos-pesados que exalam simpatia.

Assim que Bia Ferreira garantiu sua vaga nas semifinais no boxe, já conquistando ao menos uma medalha de bronze, coube a Keno fazer a festa de celebração. De dentro do ônibus, na volta da arena à Vila Olímpica, botou a caixa de som para torar no volume máximo, convocou todos os atletas e gravou um vídeo.

O sorriso largo característico não sai nem mesmo quando publica algum vídeo treinando. O único momento em que muda a feição é quando está dentro do ringue, algo que ele deixou bem claro em Paris, depois de passar por todos os adversários e chegar às quartas de final, que serão disputadas nesta quinta-feira, 1, contra o uzbeque Lazizbek Mullojonov.

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“Foco e determinação estão em dia! Conto com a energia positiva de vocês EU SOU BARRIL DOBRADO PRÍNCIPE DO GUETO”, escreveu em publicação no Twitter, mostrando um vídeo de treinamento na Vila Olímpica.

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Por onde passa, faz questão de deixar claro da onde é, e não à toa. Dois dos cinco campeões mundiais de boxe do Brasil são baianos, e o estado é responsável pela metade das medalhas olímpicas do país. Há, claro, Acelino “Popó” Freitas, tetracampeão mundial, mas é preciso lembrar também de nomes como Valdemir Pereira, Reginaldo Holyfield e, o campeão olímpico em Tóquio Hebert Conceição, de quem recebeu apoio e cuidado ao longo de sua trajetória. 

Como seu nome já é chamativo o suficiente, também não precisa nem mesmo de um apelido, como é comum no esporte. O Marley veio em homenagem ao cantor jamaicano Bob Marley, expoente do reggae. O Keno que é mais exótico: foi dado por conta da falha geológica do Grand Canyon, nos Estados Unidos.

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Desafios pessoais

Ao lado do irmão, Keno costumava assistir filmes de boxe, especialmente sobre Muhammad Ali. Depois de participar de seu primeiro treino, tomou gosto e começou a chamar a atenção em competições locais. Aos 13 anos, deixou a Bahia para morar em São Paulo, sozinho.

O baiano despontou no cenário internacional em 2018, quando conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires – a primeira de várias conquistas. No ano seguinte, na sua estreia em Jogos Pan-Americanos, foi prata no meio-pesado, carimbando o passaporte para Tóquio, onde surpreendeu e terminou na quinta colocação, a uma vitória do bronze.

Quem via os bons desempenhos nem sabia o que se passava. No começo de 2021, o baiano recebeu a notícia que jamais gostaria de ter ouvido: seu irmão, maior incentivador da sua carreira, havia sido assassinado. Passado o primeiro momento, outro choque: um transtorno de estresse pós-traumático.

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Nesse processo, a equipe permanente do boxe teve um papel fundamental de apoio ao pugilista. Ele voltou para São Paulo, onde seguiu com o tratamento psiquiátrico. Aos poucos, conseguiu parar com a medicação, que chegou a lhe impedir de treinar, já que não poderia levar pancadas na cabeça.

Como está focado na preparação para as lutas e longe do celular, Keno deixou uma pessoa encarregada de cuidar do seu Twitter e afins. O “adm”, gíria para administrador da conta, resumiu bem a figura, que tenta mais uma medalha para o Brasil.

“Último surto do adm: ISSO É KENO MARLEY PURO SUCO DAS PIPOCAS DO CARNAVAL DE SALVADOR!!! MUITO TREINO NO TRIO DO IGOR KANNARIO E BAIANA SYSTEM”. 

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