Atletas da Rússia já quebraram regras do Comitê Olímpico para Paris 2024
Alerta foi feito por grupo internacional de monitoramento de direitos humanos

Dez atletas da Rússia e sete de Belarus autorizados a competir nos Jogos de Paris 2024 violaram regras do Comitê Olímpico Internacional sobre neutralidade em relação à invasão russa à Ucrânia, alertou um grupo de monitoramento de direitos humanos nesta quinta-feira, 18.
O Global Rights Compliance, que analisa violações do direito humanitário internacional no conflito e reúne evidências de supostas violações, disse ter apresentado evidências ao COI para fundamentar as afirmações, mas que todos os avisos teriam sido ignorados. De acordo com o grupo, os atletas em questão teriam mostrado apoio contínuo à invasão russa, o que iria contra as políticas impostas pelo comitê para a competição, que acontece de 26 de julho a 11 de agosto.
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Entre os atletas está a ciclista russa Alena Ivanchenko, que teria curtido de uma série de postagens pró-guerra nas redes sociais, incluindo postagens questionando o direito de existência da Ucrânia ou apoiando a anexação dos territórios ucranianos de Donetsk e Luhansk pela Rússia. A tenista russa Elena Vesnina, por sua vez, teria curtido postagens sobre “façanhas militares” de soldados russos matando ucranianos.
Em dezembro, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que a participação de atletas russos e bielorrussos nos Jogos de Paris só será permitida através do título de atletas neutros individuais, o que faz com que eles não usem a bandeira de seus países. As restrições se estendem a Belarus devido ao apoio direto à Rússia durante a guerra, permitindo que o país utilizasse seu território como rota de ataque contra a Ucrânia em 2022.
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Sob a decisão, atletas que apoiam abertamente a Rússia na guerra estão inelegíveis para competir e o evento esportivo também não fará nenhuma referência aos dois países.
À agência de notícias Reuters, um porta-voz do Comitê Olímpico disse que não poderia comentar casos individuais, mas ressaltou que todos os atletas foram avaliados de acordo com as diretrizes acordadas. O COI também criou um painel de revisão para excluir atletas russos e bielorrussos que apoiaram publicamente a guerra ou foram contratados por agências militares ou de segurança nacional.
Instruções ucranianas
Para evitar problemas e situações desagradáveis com seus atletas, o Comitê Olímpico da Ucrânia e o Ministério da Juventude e Esportes da Ucrânia recomendaram há poucas semanas que os atletas do país mantenham “o máximo de distância possível” de russos e bielorrussos durante os Jogos de Paris.
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Em comunicado interno, os atletas foram aconselhados a se absterem de “contato direto com representantes dos países agressores”, além de “não se comunicarem ou discutirem nas redes sociais com atletas individuais de Rússia e Belarus”, evitando também compartilhar ou responder publicações.
A participação em eventos promocionais com atletas da Rússia e de Belarus, incluindo conferências de imprensa e transmissões ao vivo, também devem ser evitadas “antes e depois da competição”.
As recomendações são válidas “a menos que tal necessidade esteja relacionada ao cumprimento dos requisitos obrigatórios das regras da competição”.