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Atletas de Rússia e Belarus são excluídos dos Jogos Paralímpicos de Pequim

Comitê Paralímpico Internacional reviu decisão que permitia participação dos dois países sob bandeira neutra

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 mar 2022, 08h26 - Publicado em 3 mar 2022, 07h56

O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) anunciou nesta quinta-feira, 3, que reviu a decisão de permitir que atletas da Rússia e de Belarus participem dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 sob as denominações neutras de Comitê Paralímpico Russo (RPC) e do Comitê Nacional Paralímpico de Belarus (NPC). “Isso significa que os atletas desses respectivos países não poderão mais participar dos Jogos que começam em 4 de março”, diz um comunicado público do IPC. É mais uma consequência da Guerra na Ucrânia.

Andrew Parsons, presidente do IPC, ressaltou que esporte e política não devem se misturar. “No entanto, não por nossa culpa, a guerra [na Ucrânia] chegou a esses Jogos e, nos bastidores, muitos governos estão influenciando nosso querido evento”, diz ele no comunicado. Mais adiante, ele afirma: “Ao tomar nossa decisão ontem, estávamos olhando para a saúde e sobrevivência a longo prazo do Movimento Paralímpico. Estamos muito orgulhosos dos princípios e valores que fizeram do Movimento o que é hoje”.

De acordo com Parsons, nas últimas 12 horas, um grande número de membros entrou em contato com o IPC. Eles disseram que, se o IPC não reconsiderasse a decisão, é provável os Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim sofressem graves consequências. “Vários NPCs, alguns dos quais foram contatados por seus governos, equipes e atletas, estão ameaçando não competir”, completa.

“Garantir a segurança dos atletas é de suma importância para nós e a situação nas vilas dos atletas está aumentando e agora se tornou insustentável”, diz o presidente do IPC. “Em primeiro lugar, temos o dever como parte da missão paralímpica, consagrada na constituição, de garantir e fiscalizar a organização de Jogos Paralímpicos de sucesso, para garantir que no esporte praticado no Movimento Paralímpico prevaleça o espírito de fair play, a violência seja proibido, o risco à saúde dos atletas é gerenciado e os princípios éticos fundamentais são respeitados.”

Parsons lamenta que os atletas dos países impactados tenham sido afetados pelas decisões que seus governos tomaram ao violar a Trégua Olímpica. “Vocês são vítimas das ações de seus governos”, afirma ele.

“O bem-estar do atleta é e sempre será uma preocupação fundamental para nós”, continua o presidente do IPC. “Como resultado da decisão de hoje, 83 atletas paraenses são impactados diretamente por essa decisão. No entanto, se o RPC e o NPC Belarus permanecerem aqui em Pequim, as nações provavelmente se retirarão. Provavelmente não teremos Jogos viáveis. Se isso acontecesse, o impacto seria muito mais amplo.”

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