Em entrevista de apresentação no Corinthians, no último dia 21, Cuca, o novo técnico do time, disse não ter sido reconhecido pela vítima do estupro de que ele e mais três jogadores foram acusados de cometer em 1987, na Suíça. No entanto, Willi Egloff, o advogado da vítima, disse que ela o reconheceu e confirmou que há provas materiais de sua participação.
“A declaração de Alexi Stival [Cuca] é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor”, afirmou Eglof, em entrevista ao repórter Adriano Wilkson, do UOL.
A prova material se refere ao sêmen de Cuca que, segundo o jornal Der Bund, foi encontrado no corpo da vítima que, na época, tinha 13 anos. O advogado confirmou ainda que a garota tentou suicídio após o ocorrido, embora não se lembre se isso ocorreu imediatamente após o ataque.
Na época, Cuca, então atacante do Grêmio, e três outros jogadores, Eduardo, Fernando e Henrique, foram detidos por estuprar a menor de idade na concentração do clube gaúcho, que passava pela Europa. Após ser liberado para voltar ao Brasil, Cuca foi condenado a quinze meses de detenção pelo crime, mas nunca cumpriu a pena.
O caso correu em segredo de Justiça e, em respeito à privacidade da vítima, deve ser mantido em sigilo por 110 anos.
A contratação de Cuca pelo Corinthians foi recebida com protestos por parte dos jogadores, que acusam o clube de desrespeitar o compromisso contra a misoginia. Em nota divulgada no último domingo as jogadoras do time feminino dizem que “Respeita as minas não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias.”