Desde que a Disney divulgou que a versão em carne e osso (live-action) de A Bela e a Fera teria um personagem gay, o primeiro “assumido” da história da produtora, o longa deu o que falar. Um cinema nos Estados Unidos se recusou a exibir o filme antes mesmo da estreia, alegando que não iria exibir algo que fosse contra os ensinamentos da Bíblia. A Rússia restringiu a produção, feita para toda a família, a espectadores com pelo menos 16 anos, e a Malásia quis mutilar trechos – a Disney, então, suspendeu a estreia no país, de maioria muçulmana.
Mas LeFou (Josh Gad), o serviçal do arrogante Gaston (Luke Evans) que a bem da verdade poderia passar por bajulador, e não por apaixonado, não é, para muitos, o primeiro personagem gay da Disney. Há anos, espectadores vêm apontando outros candidatos a sacar o estúdio do armário. Veja quais são:
A família de Frozen
O simpático Oaken possui uma mercearia em Arendelle, onde Anna e Kristoff se encontram pela primeira vez – ela está em busca da irmã, Elsa, que desapareceu nas montanhas depois de congelar sem querer o seu reino, e ele, de cenouras para a sua rena, Sven. Frente às críticas do vendedor de gelo, irritado com os altos preços da lojinha, quando ele mesmo vê seu negócio em apuros devido ao congelamento repentino de Elsa, o dono da mercearia oferece, como bônus, uma visitinha à sauna do estabelecimento, que está em uso. Nesse momento, ele saúda, “Oi, família”, e se veem, de rosto colado na porta, um homem e quatro crianças.
Ainda que a Disney não tenha confirmado se de fato aqueles eram o marido e os filhos de Oaken, para muitos essa se tornou a primeira cena gay de um filme infantil da produtora.
Recentemente, também pipocou na internet a campanha #GiveElsaAGirlfriend, que pedia uma namorada para a rainha de Arandelle, sem nenhum romance até o desfecho de Frozen. Até a dubladora da personagem embarcou. A Disney já confirmou uma sequência para a animação, mas ainda não confirmou se Elsa terá uma companheira ou um companheiro ou se continuará feliz sozinha.
Os vizinhos de Zootopia
A paz recém-adquirida pela policial Judy Hopps em Zootopia logo é interrompida por seus novos e barulhentos vizinhos, os antílopes Bucky e Pronk. Ainda que não exista nenhuma referência direta ao fato de os dois formarem um casal, os animais são citados nos créditos finais do filme com o mesmo sobrenome: Oryx-Antlerson.
Nos Estados Unidos, o hífen é usado com frequência para indicar a união de dois sobrenomes através do casamento, como acontecia, por exemplo, com o par Jolie-Pitt.
Turistas de ‘Procurando Dory’
No trailer final de Procurando Dory, a peixinha – que está sendo carregada pelo amigo Hank, um polvo, por um parque aquático – tromba com um carrinho de bebê. Com o baque, o recipiente no qual Dory está cai nas mãos de uma mulher, que está acompanhada de uma outra, vista por muitos como a sua companheira.
Na época, a internet foi à loucura com a possibilidade de um casal lésbico em uma animação tão aguardada pelo público. O filme, no entanto, não confirmou a suspeita: a cena das mulheres era só aquela que aparecia no trailer mesmo, sem nada mais que pudesse confirmar as duas turistas como casal. Como o longa também não negou a possibilidade, ela subsiste apenas como hipótese.
A andrógina Terkina
A irmã de Tarzan é dublada, em inglês, por Rosie O’Donnell, atriz que é lésbica assumida e defensora da causa LGBT. Quando a animação chegou aos cinemas, em 1999, muitos questionaram tanto o sexo de Terkina quanto a sua orientação sexual, mas novamente a Disney não esclareceu o assunto. De qualquer forma, hoje a personagem é considerada andrógina e gay por muitos dos fãs do filme.