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Ativista, símbolo sexual e ícone pop: Madonna chega aos 60

Com seis décadas bem vividas, a cantora dança no palco como fazia aos 20, prepara um novo disco e mantém o discurso empoderado que fez dela uma referência

por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Lucas Almeida Atualizado em 10 ago 2018, 17h59 - Publicado em
10 ago 2018
10h40

A crueldade do tempo e a ferocidade da indústria musical, ávida por novidades e jovens talentos, não foram páreos para derrubar Madonna. Há quase quatro décadas na estrada, a cantora americana completa 60 anos no próximo dia 16 de agosto. Aposentadoria? Nem pensar. Madonna prepara seu 14º disco e há pouco viajava o mundo com sua décima turnê – que a ajuda a se tornar a artista solo com a maior arrecadação em shows da história, somando 1,3 bilhão de dólares.

Símbolo incontestável da cultura pop, Madonna transforma em arte — e em discurso feminista — suas raízes culturais e emocionais. Descendente de imigrantes italianos e com forte criação católica, ela perde a mãe para o câncer antes de completar 10 anos de idade. Depois, enfrenta o pai para seguir o sonho de ser dançarina. Quando parte para Nova York, nos anos 1980, com apenas 35 dólares no bolso, Madonna começa a lapidar a personalidade, gostos e valores que a levariam ao topo das paradas. Ela se aproxima da comunidade gay, discursa em prol da mulher, prega avidamente a liberdade sexual e flerta com símbolos religiosos de uma maneira pouco convencional.

O especial a seguir joga luz sobre o legado da cantora, suas táticas de sobrevivência na música pop, e os muitos feitos que ela acumula no currículo.

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Trajetória da rainha do pop

Polêmica, a cantora provocou conservadores e sobreviveu às críticas. No caminho, se reinventou e pavimentou seu lugar ao sol — e o de outros cantores que viriam a seguir

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Os discos de Madonna, do melhor ao pior

Ao longo da carreira, a cantora lançou treze discos de estúdio regados por ritmos dançantes e misturas sonoras que vão do funk, gospel ao hip hop (Por Sérgio Martins)

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Like a Prayer
1989
5-estrelas
É o melhor resultado da Madonna provocadora do início de carreira com a cantora madura que ela iria se tornar. O repertório é um primor, com canções que passeiam pelo funk (Express Yourself, Keep it Togehter), gospel (a faixa-título) e pop (Cherish).
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Ray of Light
1998
4-5-estrelas
Madonna une-se ao produtor de música eletrônica William Orbit e se apropria das sonoridades daquele período, em especial o trip hop. A canção/vídeo de Frozen é um clássico irretocável.
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Like a Virgin
1984
4-5-estrelas
O segundo álbum de Madonna a sacramentou como grande artista pop dos anos 80 e até hoje soa atual. Produção de Nile Rodgers (Chic, David Bowie, Diana Ross etc) e um pop soul que rendeu sucessos como a faixa-título, Material Girl e Into the Groove. A cover de Love Don’t Live Here Anymore, do grupo Rose Royce, é uma mostra da boa intérprete que Madonna iria se tornar.
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True Blue
1986
4-estrelas
É seu maior sucesso em vendas e traz a guinada para um pop mais adulto. A começar com Papa Don’t Preach, uma canção anti-aborto, e a linda balada Live to Tell. Madonna ainda flerta com ritmos latinos (La Isla Bonita) e emplaca o ótimo funk Open Your Heart.
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Madonna
1983
4-estrelas
A era disco já tinha terminado quando a cantora lançou esse convite à dança. Repleto de sucessos (Borderline, Lucky Star, Holiday), ele pavimentou o caminho do mercado para outros popstars que investiram na música dançante – casos de Michael Jackson, Prince e até mesmo a espevitada Cyndi Lauper.
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Music
2000
4-estrelas
O álbum radicaliza os experimentos de Ray of Light. Muitas eletronices, vozes mudadas digitalmente e algumas das melhores canções da safra recente da cantora – entre elas a faixa-título e What it Feels Like for a Girl.
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Confessions on a Dance Floor
2005
4-estrelas
Nesse álbum, ela retoma o clima dançante que marcou o início de sua carreira. O destaque é Hung Up, que utiliza um sampler de Gimme Gimme Gimme, clássico disco do quarteto sueco ABBA.
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Bedtime Stories
1994
3-5-estrelas
Madonna flerta com o R&B, uma vertente mais eletrônica da soul music americana. Ela se une a Babyface e Dallas Austin, dois grandes produtores e autores desse estilo, e comete faixas lindas como a balada Secret e Take a Bow.
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MDNA
2012
3-5-estrelas
O chamado “disco do divórcio” tem uma série de tiros disparados em direção ao cineasta Guy Ritchie (com quem ela viveu uma relação conturbada). É também um recado a todas as intérpretes pop que ousaram roubar seu trono – entre elas Lady Gaga e Katy Perry. Girl Gone Wild e Gimme All Your Love são os destaques.
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Rebel Heart
2015
3-estrelas
O disco despertou burburinho mais por ter sido vazado na internet do que propriamente pelas críticas positivas. Há, no entanto, boas canções que caminham entre a disco e a música eletrônica – caso de Living for Love.
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Erotica
1992
3-estrelas
Embora traga sucessos como Rain e Deeper and Deeper, é um disco desigual e pretensioso – foi lançado como vinil duplo nos Estados Unidos. Naquele período, o Nirvana ascendeu às paradas e decretou o fim (por um breve momento) da megalomania dos superstars.
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Hard Candy
2008
2-estrelas
Madonna sempre correu atrás das novas tendências musicais, a adaptou para o seu mundo e criou algo novo. Este álbum foi o primeiro em que ela ficou no meio do caminho. A cantora buscou assimilar o pop e o hip hop de artistas como Pharrell Williams e Justin Timberlake, mas a mistura resultou em canções fracas.
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American Life
2003
2-estrelas
Madonna tenta soar política (um protesto contra o governo do então presidente George W. Bush) e comete um disco desencontrado, um emaranhado de ideias mal aproveitadas. O destaque é Die Another Day, tema de uma aventura de James Bond.
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Entrevistas para VEJA

A americana soltou o verbo em entrevistas exclusivas para VEJA. Confira os destaques

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Leia a entrevista completa de 1992

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Leia a entrevista completa de 2017

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Números de uma popstar

Madonna soma cifras pomposas de suas aventuras na música, nos palcos e no cinema

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