Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

‘Marighella’ segue inédito no Brasil. E o motivo não é censura

Há um ano fazendo sucesso no exterior, o filme ainda não foi exibido no país por uma outra razão: um calote da produtora

Por André Siqueira Atualizado em 4 jun 2024, 15h11 - Publicado em 10 jan 2020, 06h00

O filme Marighella, protagonizado por Seu Jorge e dirigido por Wagner Moura, já acumula uma carreira notável, embora não tenha chegado às salas de cinema do Brasil. Desde que ficou pronto, em janeiro de 2019, foi selecionado e exibido em trinta festivais internacionais. O cantor Seu Jorge, que interpreta o guerrilheiro morto pela ditadura em 1969, arrebatou o prêmio de melhor ator nos festivais de Bari, na Itália, e de Goa, na Índia. Apesar disso, o longa continua sem data para entrar no circuito nacional. O problema, segundo Moura, seria uma censura velada pelo governo Bolsonaro. “A Ancine está destruída”, afirmou ele em uma das entrevistas que concedeu sobre o caso, referindo-se à agência federal de fomento ao setor audiovisual. “A censura não é como a da ditadura militar, que dizia ‘isso é proibido’. Hoje eles infiltram pessoas nessas agências, e elas tornam tudo impossível de acontecer. Foi isso que fizeram com Marighella. Acharam uma forma de tornar o lançamento impossível do ponto de vista burocrático.”

O nó da questão é que o lançamento no Brasil depende da aprovação de uma linha de financiamento de 1 milhão de reais junto à Ancine. Em sua defesa, o órgão argumenta que esse dinheiro não foi liberado devido a um problema de inadimplência da produtora responsável pelo longa, a O2 Filmes. Em nota enviada a VEJA, os responsáveis pela Ancine afirmam que a O2 não consegue receber recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para Marighella porque está inadimplente na prestação de contas de outro financiamento, relacionado ao filme O Sentido da Vida. E a justificativa da Ancine nesse caso é verdadeira.

ERROU O ALVO - O diretor Wagner Moura: críticas injustas à Ancine
ERROU O ALVO – O diretor Wagner Moura: críticas injustas à Ancine (Marilla Sicilia//Getty Images)

Em contato com a revista, a produtora reconheceu o problema e disse que já tomou todas as medidas cabíveis para solucioná-lo. A O2 declarou também que pretende resolver o imbróglio do financiamento de Mari­ghel­la para poder lançá-lo o mais breve possível e admitiu que a demora em viabilizar a estreia nacional está relacionada a questões burocráticas. “Em nenhum momento acreditamos que houve qualquer tipo de censura.” Ou seja, de acordo com a produtora, Wagner Moura, que ficou famoso nas telas de cinema na pele do implacável Capitão Nascimento de Tropa de Elite, desta vez errou o alvo.

Continua após a publicidade

Após a publicação da matéria, a O2 Filme se manifestou. Leia a nota: “A O2 Filmes esclarece que não houve calote junto à Ancine e que a expressão utilizada no texto é pejorativa e não corresponde à realidade. Não existe dívida entre a O2 e a Ancine. A inadimplência, termo correto que deveria ser utilizado no texto, não é por prestação de contas e sim referente a uma prorrogação do prazo de entrega de um outro projeto.” A Ancine reafirma as informações encaminhadas a VEJA. Segundo a Agência, o “termo prestação de contas” não se aplica apenas a uma obrigação financeira, mas também à conclusão de um projeto.

Publicado em VEJA de 15 de janeiro de 2020, edição nº 2669

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.