Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Linn da Quebrada é estrela de sua história em ‘Bixa Travesty’

Filme de Claudia Priscilla e Kiko Goifman apresentado no Festival de Berlim discute o corpo e a sexualidade

Por Mariane Morisawa, de Berlim
Atualizado em 21 fev 2018, 13h56 - Publicado em 21 fev 2018, 12h35

Os diretores brasileiros Claudia Priscilla e Kiko Goifman já tinham tratado da questão dos transgêneros em Olhe para Mim de Novo, um road movie pelo Nordeste com Sillvyo Lucio em busca de um médico para fazer a cirurgia de alinhamento de gênero. Mas, depois de irem juntos a um show da cantora Linn da Quebrada, resolveram que fariam Bixa Travesty, que tem sua estreia mundial na seção Panorama do 68º Festival de Berlim.

“Fiquei muito encantada, porque é importante falar da transgeneridade no Brasil e no mundo”, diz Claudia Priscilla em entrevista a VEJA. “E Linn, além de tudo, é um paradigma nessa questão do corpo. É uma mulher, mas em nenhum momento pretende ter um corpo conhecido como feminino. Traz muito essa discussão desses novos corpos, que são os homens com vagina, as mulheres com pênis, e esse entendimento que entre esse binarismo do masculino e do feminino podem existir centenas de outros gêneros e outras identidades. Não dá mais para fingir que essas pessoas não existem. Elas colocam em xeque coisas que até hoje a gente via como naturais e normais: o que é homem, o que é mulher, o que é masculino, o que é feminino.”

Em vez de fazer um filme sobre Linn da Quebrada, que cresceu na periferia de São Paulo, os diretores decidiram fazer um longa com ela. “A Linn está em todo o processo criativo do filme, desde a concepção do roteiro, que extrapola a fronteira do que é documentário e do que é ficção, até a filmagem, quando ela propõe cenas incríveis que foram bem-vindas, e a montagem. É um filme coletivo.”

Continua após a publicidade

O longa alterna cenas domésticas, em que Linn discute com a mãe questões de gênero e pobreza, por exemplo, até um podcast em que interage com a câmera, fazendo seus discursos poderosos sobre machismo, racismo e sexualidade, e suas apresentações musicais ao lado da amiga Jup do Bairro. Em diversos momentos o assunto é o corpo, em comentários sobre sua indecisão de colocar silicone ou não, ou na discussão sobre suas fotos e vídeos explícitos, feitos no passado.

Seu único pedido a Priscilla e Goifman: que o filme tivesse afetividade. “A afetividade estaria dentro do processo, mas ela queria que também estivesse no filme. A Linn acompanhou todos os cortes e teve tanta voz ativa quanto eu e o Kiko. Quando chegamos ao último corte, perguntamos a ela: ‘E aí, Linn, tem afetividade?’ E foi nosso maior ganho, porque ela falou que sim.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.