Alfred Hitchcock: a nova aposta pop do MIS-SP
Com curadoria do ex-diretor André Sturm, mostra vai repassar a obra do mestre do suspense tomando como fio condutor sua entrevista de 27 horas a Truffaut
Depois de David Bowie, Tim Burton e Renato Russo, a próxima megaexposição do Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo será dedicada ao mestre do suspense, Alfred Hitchcock. O diretor britânico será tema de mostra prevista para a primeira quinzena de julho, quando sua filmografia, em diferentes instalações, será repassada no primeiro e segundo andares do museu.
A curadoria será do cinéfilo André Sturm, ex-diretor do MIS-SP e atual secretário da Cultura paulistano. Sturm tomará por base a entrevista de 27 horas de Hitchcock ao francês François Truffaut, ele mesmo já homenageado pelo museu, em 2015. Na entrevista, realizada em 1962 e publicada em livro em 1966, o britânico fala sobre seus filmes, um a um. É uma espécie de “Hitchcock por ele mesmo”.
“Fazer uma mostra sobre Hitchcock era uma ideia antiga nossa, que amadurecemos no ano passado, depois de visitar a exposição Hitchcock Más Allá del Suspense, em San Sebastián, na Espanha”, conta Isa Castro, diretora cultural do MIS. A partir daí, segundo o diretor de gestão e finanças, Jacques Kann, foi criado o projeto e iniciada a pesquisa para a mostra, a primeira internacional desenvolvida pelo próprio museu – as anteriores foram importadas, com algumas adaptações, de outras instituições.
A cenografia da mostra será do atelier Marko Brajovik, o mesmo que assinou a cenografia das exposições sobre Kubrik, em que havia um horripilante corredor decalcado de O Iluminado, sobre David Bowie e sobre Renato Russo, encerrada no começo do ano. “Hitchcock é uma figura de grande alcance, popular, muito em sintonia com o público do MIS”, diz o produtor da exposição, Renan Daniel.
Na última sexta-feira, o MIS-SP abriu a já tradicional mostra Maio Fotografia, com trabalhos de José Oiticica Filho, do cineasta Walter Carvalho e de Sandro Miller, que vem refazendo retratos célebres como os de Marilyn Monroe por Andy Warhol e o de Albert Einstein com a língua para fora, com o ator americano John Malkovich — perfeito, como sempre.