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‘A Freira’ mistura mitologia, realidade e livro de Umberto Eco

Filme de terror com a maior bilheteria no Brasil, filme une elementos da franquia de sucesso 'Invocação do Mal' com pura fantasia

Por Redação
Atualizado em 25 set 2018, 22h42 - Publicado em 25 set 2018, 20h58

A empreitada de Ed e Lorraine Warren contra demônios e entidades do mal rendeu ao cinema o bem sucedido filão de filmes de terror Invocação do Mal. O último lançamento da franquia, A Freira, surpreendeu e se tornou, no último fim de semana, o longa do gênero de horror mais rentável em bilheteria no Brasil, somando 63 milhões de reais no país, superando It: A Coisa (2017), que fez 50 milhões.  

Para confirmar o fenômeno, a série, formada por dois filmes de Invocação do Mal e outros dois de Annabelle, já arrecadou 1,5 bilhão de dólares no mundo — tendo gasto, no total, míseros 100 milhões de orçamento com os cinco títulos. 

Um dos muitos apelos da franquia é o fato de os casos serem inspirados nos relatos reais do casal Warren, exorcistas e especialistas em fenômenos sobrenaturais que ganharam projeção nos Estados Unidos com um comentado caso em Amityville, em que um rapaz afirmou ouvir vozes que o mandaram matar a família, nos anos 1970.

Em A Freira, o padre Burke (Demián Bichir) e a noviça Irene (Taissa Farmiga) são chamados para investigar o suicídio de uma freira no mosteiro de Cârta, na Romênia. Eles descobrem que o local, bem como todo o vilarejo, estava sendo assombrado pelo demônio Valak, que daria trabalho aos Warren trinta anos mais tarde, em Invocação do Mal 2.

A-Freira
O monastério de Cârta (Divulgação/Warner Bros)
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No grimório (livro de feitiços de bruxas) A Chave Menor de Salomão, do século XVII, Valak é descrito como o “Presidente do inferno”, que comanda legiões de espíritos. Sua aparência é o de uma criança com asas de anjo, geralmente montada em um dragão de duas cabeças — totalmente diferente de uma freira.

A ideia de transformar Valak em uma freira partiu do diretor da franquia, James Wan, a partir de um relato de Lorraine Warren. Ela afirma ter sido assombrada em sua casa por “um vórtex de tornado com essa figura encapuzada no meio”. 

“Eu me lembro de ter ouvido isso e meu primeiro pensamento foi: ‘Ah, droga, isso vai ser um personagem em computação gráfica'”, disse Wan em entrevista. “Levou um tempo para que eu assimilasse o que era essa visão. Veio de uma forma orgânica. Como é uma visão demoníaca que a assombra, que ataca apenas a ela, eu queria algo que atacasse sua fé. Algo que ameaçasse a segurança de seu marido. Foi assim que surgiu a ideia de usar a imagem de um ícone sagrado.”

A freira foi adicionada ao filme apenas nos últimos dias de gravação. Bonnie Aarons, que interpretou a entidade em Annabelle 2 e Invocação do Mal 2, retornou ao papel.

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A primeira aparição do demônio Valak na forma de freira acontece em Invocação do Mal 2. Nesse longa, Lorraine (Vera Farmiga) vê a freira em sua casa, em Amityville, e em Enfield, na Inglaterra. James Wan explicou ao site Gizmodo que essa aparição, na verdade, é “uma premonição do que vai acontecer com seu marido no futuro”. “Ela está vendo o que vai acontecer ao final do filme”, disse.

Na contramão dos outros filmes da franquia, o longa não partiu dos relatos dos Warren. O enredo foi, na verdade, inspirado no livro O Nome da Rosa, de Umberto Eco. Na trama — que inspirou o filme homônimo, de 1986 — o monge franciscano William de Baskerville viaja para um mosteiro no norte da Itália para investigar a misteriosa morte de sete padres, consideradas obras do demônio pelos habitantes da cidade.

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