USP fecha parcerias e terá unidades de centros internacionais de pesquisa
Projeto de “internacionalização em casa” contará com quatro instituições operando nos campus da universidade em 2024

A Universidade de São Paulo (USP) vem trabalhando em um projeto de “internacionalização em casa” e estabelecendo parcerias com os maiores institutos de pesquisas do mundo. As novidades são as tratativas para a instalação de uma unidade do Instituto Max Planck, uma das mais prestigiosas sociedades científicas internacionais, até 2024. O Max Planck coordena 85 instituições na Alemanha, seu país sede, e no exterior. Os institutos associados são independentes na seleção e na condução de suas atividades. A qualidade da produção científica, no entanto, deve atender aos critérios de excelência da sociedade e passam por avaliações regulares.
Os diferentes institutos Max Planck ao redor do mundo realizam pesquisas nas áreas de ciências naturais, sociais e humanas. Na USP, o centro a ser instalado se voltará para os temas ligados à saúde do planeta. As duas instituições preparam um projeto de adesão a ser apresentado em fevereiro do próximo ano. Com a concretização do acordo, o Max Planck será o quarto instituto internacional a chegar na USP desde o início da última gestão administrativa.
A universidade também fechou parcerias com o Instituto Pasteur, com pesquisas voltadas para a saúde humana, com o Centro internacional para Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB, na sigla em inglês), com projetos focados em oncologia de precisão, além do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), principal instituição pública de pesquisa da França, que terá estudos voltados para sete diferentes áreas, incluindo ciências humanas, tecnológicas e agrárias.
As parcerias devem, por ora, se encerrar por aqui. “Fechados estes acordos, nosso objetivo passa a ser aprofundar as relações com estas instituições e investir na produção científica que estes convênios nos proporcionam”, diz o reitor Carlos Gilberto Carlotti Júnior, que destaca que os acordos inauguram um novo período de internacionalização na instituição.
A “internacionalização em casa” feita na USP, com o estabelecimento de parcerias internacionais que acontecem sem a necessidade dos alunos e pesquisadores saírem do Brasil, pode ser uma alternativa benéfica para a produção científica nacional, abrindo a possibilidades para a implementação de duplos diplomas, a vinda de professores estrangeiros, a criação de laboratórios com financiamentos conjuntos e a troca de experiências científicas.
Além disso, as parcerias podem ser uma resposta à fuga de cérebros, processo caracterizado pela saída de profissionais extremamente qualificados em busca de melhores condições de emprego e renda, que afeta profundamente as instituições de ensino superior. “Essa não é a solução definitiva para o problema, mas é possível observar impactos nesse sentido”, afirma Carlotti. “Vemos muitos pesquisadores que decidiram sair e acabam voltando com a instalação desses institutos e com a possibilidade de fazerem carreiras internacionais sem sair do Brasil”.
Recentemente, o reitor também assinou um convênio de duplo diploma envolvendo a Universidade de Lyon e a Faculdade de Direito (FD), com a possibilidade de estender o programa para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) e a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP). Também foi renovado o acordo de duplo diploma na área de Letras da instituição francesa com a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).