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Quando a mentira climática corre mais que fogo em pasto seco

Na “COP da verdade”, governos admitem que desinformação e negacionismo já atrapalham acordos e tentam reagir com pacto pela informação confiável

Por Veruska Costa Donato Atualizado em 17 nov 2025, 14h24 - Publicado em 17 nov 2025, 14h23

Na COP 30, em Belém, o clima não esquenta só por causa das metas de carbono: a briga agora é também contra o gelo da desinformação. Em plena conferência que o governo batizou de “COP da verdade”, negociadores reconheceram que fake news e teorias conspiratórias sobre aquecimento global já não são detalhe de rede social, mas obstáculo concreto às decisões. O tema ganhou palco no programa Ponto de Vista, da VEJA, que tratou da inédita entrada oficial do combate à mentira climática na agenda da conferência.

Enviado especial para integridade da informação, Frederico Assis explicou que, pela primeira vez, 13 países assinaram uma declaração conjunta para incentivar informação confiável e enfrentar o negacionismo climático. Segundo ele, não se trata apenas de “discurso bonito”: o documento conclama governos, empresas e sociedade civil a agir, a partir do reconhecimento de que a desinformação pode simplesmente sabotar tudo o que é negociado nas salas da COP. Assis citou um estudo do MIT que mostra que mentiras se espalham até 70% mais rápido do que notícias verdadeiras — e brincou que o problema é justamente esse: o boato pega carona no choque e na teoria da conspiração, enquanto a ciência chega de transporte público.

Do lado de fora dos documentos oficiais, o roteiro é conhecido: posts virais que dizem que “sempre fez calor”, vídeos que juram que o aquecimento global é invenção para “controlar a economia”, correntes que distorcem dados de desmatamento ou de eventos extremos. O resultado é um terreno fértil para dúvidas, cansaço e descrédito, justamente quando governos tentam convencer suas populações a apoiar transições caras e complexas. Nesse cenário, informação técnica demais vira ruído; informação simples demais, vira meme. O desafio é encontrar o meio-termo — traduzir gráficos em linguagem de gente de carne, osso e boleto.

Na entrevista, Frederico Assis deixou claro que o caminho não é assustar o mundo com um roteiro de filme apocalíptico. Ele rejeita o catastrofismo que paralisa e defende um realismo incômodo, porém mobilizador: a ciência mostra riscos concretos e pontos de não retorno, mas também indica o que ainda pode ser feito. E ressaltou o papel do jornalismo profissional para filtrar, checar e explicar: sem reportagem séria, disse, a “COP da verdade” vira só mais um slogan perdido na timeline.

No fim, a equação é simples e nada trivial: ou a informação confiável chega às pessoas num tom que elas entendam e acreditem, ou a mentira continua ganhando de goleada no placar de cliques e compartilhamentos. Se a fake news corre mais que fogo em pasto seco, a resposta não é apagar o debate, mas maratonar a verdade — com mais transparência, mais ciência e menos fantasia travestida de opinião. Na COP 30, pelo menos, esse jogo começou a ser jogado às claras.

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