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Prova Brasil avaliará ciências a partir deste ano

Atualmente, o exame nacional avalia apenas as disciplina de português e matemática. Com a mudança, a prova fica mais parecida com o Pisa

Por Da Redação
6 fev 2013, 10h42

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou que o governo federal vai introduzir neste ano, de forma amostral, questões de ciências na Prova Brasil, avaliação nacional que mede a qualidade da educação no país. Atualmente, o exame, que é aplicado aos alunos de 5.º e 9.º anos do ensino fundamental e 3.º ano do ensino médio das redes públicas, avalia apenas português e matemática.

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Ainda de acordo com o ministro, a mudança não deve afetar imediatamente o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mas futuramente, as notas devem sofrer alteração. “Em um primeiro momento, a medida não terá o objetivo de interferir na nota do Ideb, mas será a preparação para isso”, afirmou Mercadante. Para calcular o Ideb, o MEC combina o resultado do desempenho dos estudantes em avaliações como Prova Brasil e Saeb com a taxa de aprovação nas escolas.

A Prova Brasil é uma avaliação em larga escala realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do MEC responsável pelas avaliações e índices educacionais. O exame é aplicado a cada dois anos em escolas públicas urbanas e rurais que possuem turmas de 20 ou mais estudantes. O objetivo é avaliar o sistema educacional, analisando o desempenho de alunos, docentes e servidores. As escolas são selecionadas pelo Inep com base em dados do Censo Escolar. Não são divulgados resultados individuais dos estudantes, já que o objetivo é avaliar a unidade e o sistema de ensino.

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Além da inclusão de disciplina de ciências, Mercadante afirmou também que o Inep está disposto a apoiar todas as prefeituras que quiserem promover simulados da Prova Brasil. “Teremos uma avaliação pedagógica que indicará onde a escola está bem e onde não está. Estamos dispostos a apoiar todo mundo que quiser fazer simulado. Vamos colocar as questões à disposição e ajudar a viabilizar as provas.”

No caso do ensino médio, o ministro da Educação voltou a tratar da substituição da Prova Brasil/Saeb pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no cálculo da nota do Ideb. “As administrações públicas, as secretarias de Educação e os estudantes já fizeram essa troca. É concreto”, disse. O ministro ainda classificou de “bobagem” as críticas de que o governo estaria tentando maquiar a avaliação do ensino médio, após o resultado do Ideb do ensino médio apontar para uma estagnação – entre 2009 e 2011 o Ideb registrou o aumento de apenas 0,1 ponto, passando de 3,6 para 3,7. “O Enem hoje é o foco dos estudantes do ensino médio, é o que define a vida deles. É para onde os pais estão olhando, para onde a escola está olhando”, justificou Mercadante.

Especialistas em educação criticam os planos do MEC de utilizar o Enem como ferramenta de avaliação e vestibular ao mesmo tempo. Segundo eles, a impossibilidade de cumprir simultaneamente e com louvor ambas as funções decorre da natureza distinta das duas provas: as que avaliam a qualidade do ensino e as que selecionam alunos. A primeira busca produzir um diagnóstico a partir do conhecimento de estudantes, escolas ou mesmo de uma rede de educação; a segunda pretende hierarquizar candidatos segundo seu desempenho e, assim, apontar os melhores para uma universidade, por exemplo.

Já a inserção da disciplina de ciências na Prova Brasil é vista com bons olhos pelos estudiosos. Eles lembram que, com a novidade, a prova ficará mais parecida com o exame do Programa Internacional de Avaliação (Pisa), o que é positivo. No entanto, alguns deles criticam a falta de debate sobre como os assuntos deveriam abordados. “A discussão não aconteceu até hoje, nem mesmo com a definição das matrizes curriculares de português e matemática”, diz Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Especialistas também questionam a não inclusão de outras disciplinas na avaliação. “Por que não incluir de forma amostral história e geografia?”, questiona Alexandre Oliveira, da consultoria Meritt Informação Educacional. O ideal, segundo Marcio da Costa, professor da Faculdade de Educação da UFRJ, é que a matriz funcione como um indutor do próprio currículo do ensino básico. “Queremos finalizar até julho as diretrizes de ciências e esperamos que o MEC se guie por esse estudo”, diz José Fernandes de Lima, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).

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(Com Estadão Conteúdo)

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