Pesquisa investiga como brasileiros cuidam dos seus filhos pequenos
Levantamento revela participação menor dos pais em certos momentos, além das peculiaridades da educação em cada estrato social
Um estudo inédito encomendado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal buscou mapear como pais, avós, tios e outros parentes responsáveis pelo bem-estar de crianças pelo Brasil. O levantamento, feito no fim de 2019, focou na faixa etária de 0 a 3 anos e contou com a participação de mil homens e mulheres entre 16 e 65 anos e representando as classes A, B, C e D.
Os resultados constatados foram interessantes. Descobriu-se, por exemplo, que, de acordo com as mães, apenas 31% reportou a participação frequente dos pais no momento do banho, da alimentação ou do sono da criança. Segundo os pais, no entanto, o número sobe para 46%.
Além disso, as mães afirmaram ler e brincar com os pequenos com maior frequência do que os pais (32% contra 27% na leitura e 77% contra 70% nas brincadeiras). A pesquisa revelou ainda que cerca de 30% dos bebês de até um ano já estão expostos a televisões, smartphones e tablets pelo menos quatro vezes por semana.
O levantamento relatou também que a classe D é o estrato em que mais frequentemente os avós e outros familiares da criança são acionados para participar de sua educação. Por outro lado, as classes A e B desfrutam da rede de apoio mais ampla, sendo que 10% dos casos existe a contribuição de babás.
Vale salientar que estudos acerca da chamada primeira infância (isto é, até os seis anos) são de extrema importância. Afinal, é nessa idade que grande parte do comportamento da criança é moldado para o resto de sua vida.