Na reta final para o Enem, preparação emocional dos alunos pode ser fator decisivo
Especialista explica importância da maturidade emocional para transformar o estresse pré-prova em foco
Aguardado por milhões de estudantes, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece nos dias 3 e 10 de novembro, já é por si só desafiador. Mas, além de revisar o conteúdo estudado, psicólogos e educadores ressaltam a importância do preparo emocional, que pode ser um fator decisivo para o bom desempenho na prova.
A pressão associada ao Enem, passaporte de entrada para universidades públicas e particulares no país, frequentemente eleva o nível de ansiedade dos estudantes, gerando efeitos que vão desde insônia e falta de concentração até crises de ansiedade.
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Embora a ansiedade possa elevar o estado de alerta, contribuindo para uma concentração mais intensa nas questões, seu excesso pode ser prejudicial. Se não for bem administrada, essa tensão transforma-se em uma fonte de distração, comprometendo a capacidade dos estudantes de interpretar as perguntas com clareza e levando a respostas impulsivas ou menos refletidas.
Maturidade emocional
A maturidade emocional, ou seja, a habilidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções, pode ser a chave para transformar o estresse pré-prova em foco, ajudando os estudantes a manterem o controle e a concentração durante o Enem.
“A maturidade emocional é tão importante quanto a preparação intelectual, ambos são pilares do sucesso no processo educacional. Se um deles está abaixo do outro, o resultado do desempenho do aluno fica nivelado pelo menor”, afirma Marcel Raminelli Costa, CEO e professor do curso IntegralMind, que fornece sessões de terapia semanais para auxiliar no preparo dos alunos para os vestibulares.
Raminelli explica que, para o estudante atingir uma maturidade emocional, ele precisa desenvolver dois aspectos: a resiliência emocional e a tenacidade emocional.
A resiliência emocional refere-se à capacidade do estudante de se recuperar rapidamente de fracassos e lidar de maneira adequada e produtiva com a frustração. Isso é essencial, por exemplo, durante a prova, quando o aluno se depara com questões que não sabe fazer ou com situações imprevistas de falta de tempo. “Com essa habilidade desenvolvida, o aluno consegue colocar emocionalmente aquela situação frustrante em contexto e, assim, não se desesperar e comprometer o resto da prova, acabando por errar questões que sabe fazer”, diz Raminelli.
A tenacidade emocional representa a persistência e a capacidade de manter o foco mesmo em condições adversas, fazendo com que o aluno continue determinado a progredir independentemente das dificuldades. Provas exaustivas e longas tendem a minar a autoestima dos candidatos durante sua execução, o que leva a uma diminuição no desempenho conforme a prova se aproxima do seu final.
“Para garantir esse desenvolvimento, é necessário um empenho conjunto do aluno e da instituição. Por isso, é crucial que o aluno não fique desamparado, especialmente às vésperas do vestibular”, completa o especialista.