Colégios investem em campanhas antibullying
Para diminuir a violência nas escolas, temas como gentileza, empatia e respeito passam a fazer parte das discussões com alunos

Ingênuas e com pouca vivência, as crianças costumam replicar os comportamentos que aprendem na família, na televisão e mais recentemente nas redes sociais. Em meio a tanta informação, a violência virou integrante do cotidiano de todos os brasileiros, independentemente da idade e classe social. Tanto que ela nunca esteve tão presente no ambiente escolar como agora. Levantamento recente da Fapesp aponta que a violência triplicou dentro dos muros dos colégios. Diante dessa constatação, as instituições de ensino elaboraram estratégias para conscientizar os alunos sobre a gravidade e as consequências do bullying e do cyberbullying. As iniciativas vão de campanhas a palestras sobre gentileza, empatia e respeito.
A escola internacional St Nicholas School, em São Paulo, realizou a “Semana Antibullying”, para reforçar a cultura da gentileza, cuidado com o próximo e empatia, entre os 1.200 alunos e 345 colaboradores das unidades na cidade. A agenda contou com palestras de especialistas, workshops e atividades interativas como contações de histórias, com foco na construção de relacionamentos saudáveis. No conteúdo, temáticas direcionadas também para os pais e professores, elementos importantes para manutenção de um ambiente de paz e respeito. “A nossa abordagem não se limita a um único evento e faz parte de um esforço contínuo que está incorporado no nosso currículo IB (International Baccalaureate)”, explica Andrew VanderMeulen, head da unidade, em Pinheiros, voltada à formação de cidadãos globais.
Com programa bilíngue e certificado internacional, o colégio paulistano Mater Dei organizou, em parceria com a Polícia Civil, uma palestra sobre as consequências do cyberbullying –sim, porque a prática é crime, desde 2024, com pena de dois anos de cárcere. Em paralelo, entre os projetos artísticos e culturais, um deles desafiava os estudantes a criar a música “Bullying Não”. A versão contou com videoclipe, produzido pelos próprios alunos. O tema puxou até uma caminhada de conscientização contra a violência. Diante dos novos tempos, os colégios precisam ir muito além das matérias curriculares.