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Cinco dicas para resolver as questões de exatas do Enem

São noventa perguntas que exigem conhecimento das matérias, cálculos e, acima de tudo, interpretação do texto

Por Marina Monzillo
Atualizado em 10 dez 2020, 16h27 - Publicado em 7 nov 2017, 14h13

Os educadores concordam: ao passar de avaliação das escolas de ensino médio para o papel de grande vestibular do país, a prova do Enem mostrou um aumento gradativo de dificuldade nos últimos anos.

“Isso influencia o estilo das provas de exatas, que deixaram de apresentar um número expressivo de questões simples e de resoluções diretas”, opina Fernando da Espiritu Santo, coordenador de matemática do cursinho Poliedro.

“O Enem era mais conceitual, agora é mais conteudista. Não perdeu a essência, mas hoje é mais parecido com a Fuvest”, diz Carlos Marmo, professor de física do sistema Anglo.

Ainda há muita interdisciplinaridade, relação com temas do dia a dia e informações visuais, como tabelas e gráficos, mas o perfil da prova é considerado tradicional pelos professores dos cursinhos pré-vestibular.

E são os docentes que dão as dicas de como resolver de forma mais eficiente as questões do segundo dia do Enem, que acontece neste domingo 12  e comtempla as ciências da natureza (biologia, química e física) e a matemática.

Dicas para o enem

1.   Fique de olho nos assuntos de maior incidência

“Os três temas recorrentes de biologia, que valem revisão, são ecologia, ou seja, poluição, ecossistema, etc.; fisiologia animal, como digestão, circulação, hormônios; e biologia celular, como fotossíntese”, indica Nelson de Castro, supervisor de biologia do Anglo.

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Alexandre Lopes Moreno, coordenador de física do Etapa, lembra que ondulatória sempre aparece no exame, assim como energia e potência. “Essa é uma parte da física que passeia por vários capítulos e é fácil de contextualizar”, opina ele.

“Na matemática, os assuntos prediletos são porcentagem, função, geometria e probabilidade/estatística, quase sempre atrelados a gráficos e tabelas”, conta Alexandre Borges, coordenador de matemática do Etapa.

Química também tem temas com considerável incidência: “Fisioquímica, química orgânica e estrutura da matéria são normalmente prestigiados. Questões de meio ambiente, como chuva ácida e aquecimento global, que apareceram tanto no passado e viraram clichê, já não são mais tão frequentes”, acredita Israel de Almeida, coordenador de química no Etapa.

 

2.   Muita atenção à interpretação dos enunciados

Os professores lembram que os textos das questões do Enem costumam ser longos. “É possível identificar palavras-chave que mostram o caminho a ser seguido. Não existe fórmula mágica, macete, a prova exige uma coleção de conhecimentos consistente. É preciso estar com os estudos em dia”, diz Almeida.

“Assim como as outras áreas do Enem, as questões de exatas também avaliam a competência leitora dos estudantes. Sendo assim, a principal dica é uma leitura atenta, pois muitas questões de exatas podem ser respondidas sem nenhum cálculo, mesmo aquelas com muitas informações numéricas”, acredita o professor Espiritu Santo. “Também é importante que os estudantes atentem para o que a questão realmente solicita, pois em alguns enunciados podem aparecer dados que não são necessários para a obtenção da resposta correta ao problema apresentado.”

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Em geral, as questões do Enem têm uma estrutura específica. Começam com um texto, um gráfico ou uma imagem que contextualiza ou apresenta a situação-problema a ser resolvida e, na sequência, há um comando final antes das alternativas. “A dica é ler primeiro o comando da questão. Depois voltar para dar uma olhada no contexto e, por fim, escolher uma alternativa. No Enem, não é preciso caçar a resposta, verificar cada uma das alternativas. O comando é direto, objetivo”, diz o professor Marmo, do Anglo.

 

3.   Responda as questões fáceis na primeira leitura, deixe as difíceis para depois

“Como o cálculo das notas usa a TRI (Teoria de Resposta ao Item), é muito importante que os estudantes não errem as questões fáceis da prova. Cada vez que um estudante erra uma questão fácil, a TRI diminui muito a nota final do aluno na área. Em outras palavras, errar uma questão difícil não diminui tanto a nota quanto errar uma questão fácil”, explica Espiritu Santo.

Além disso, como o tempo médio de resolução de cada questão é menor que três minutos, é fundamental que os estudantes percebam quando uma questão é difícil e não gastem muito tempo com elas.  “O negócio é faturar pontinhos”, diz o professor Moreno.

“Se for o caso, é aconselhável a marcação com um x das questões mais complexas, para voltar a elas após a resolução de todos os itens fáceis e médios da prova”, comenta Castro.

“Por fim, se o tempo da prova estiver acabando e ainda restarem questões a ser respondidas, os estudantes devem ‘chutar’ estas questões, pois qualquer acerto acarretará em um aumento de nota. As questões em branco são consideradas como erradas pela TRI”, conclui Espiritu Santo.

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4.   Não fique caçando pegadinhas

“O Enem não tem embaralhamento de respostas, quando se muda apenas uma palavra de uma alternativa para outra. O propósito da prova é testar conhecimento e não procurar o mais esperto”, acredita o professor Carlos Marmo.

Almeida, do Etapa, concorda: “A pegadinha clássica, que induz ao erro, típica dos vestibulares dos anos 1980, está em desuso”.

“O aluno não tem de ficar desconfiado. Concentre-se na essência da questão, no que está sendo pedido”, conclui o professor Moreno.

 

5.   Revise durante a semana, descanse na véspera

“Os últimos dias antes da prova são proveitosos para fixar o que já se sabe, e não para aprender algo novo”, acredita o professor Borges. “Assuntos que por algum motivo apresentam muita dificuldade  ao aluno podem trazer um desespero nessa reta final”, explica ele, que lembra que a prova de matemática do Enem é uma maratona com 45 questões, mais do que qualquer outro vestibular, incluindo o do ITA (Instituto de Tecnologia da Aeronáutica).

“Na véspera, troque o conteúdo da prova por uma revista”, sugere Castro.

 

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