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Temer: adiamento de votação da reforma da Previdência foi ‘ótimo’

Presidente diz que o governo não queria 'constranger' parlamentares enquanto não reúne os 308 votos necessários à aprovação das mudanças nas aposentadorias

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h06 - Publicado em 15 dez 2017, 21h05

O presidente Michel Temer (PMDB) declarou nesta sexta-feira que é “ótimo” que a votação da reforma da Previdência na Câmara tenha sido adiada para 19 fevereiro de 2018. Embora a mudança tenha representado uma derrota do governo, que não conseguiu reunir os 308 votos necessários à aprovação das medidas ainda em 2017, Temer diz entender que o recesso parlamentar fará com que os deputados vejam que não há, em suas bases eleitorais, “oposição feroz” às mudanças nas aposentadorias.

“Vai ficar para fevereiro, ótimo! Fevereiro você sabe por quê? Porque nós contamos votos. Não queremos constranger os deputados e senadores, enquanto não tivermos os 308 votos, não vamos constranger nenhum deputado, nem nós queremos, nem Rodrigo quer, nem Eunício quer, ninguém, nenhum líder quer isso”, declarou o presidente, em discurso na cerimônia de posse do novo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

Michel Temer afirmou que o governo conta hoje com “270, 280 votos”, mas que há “uma campanha muito grande, uma compreensão muito grande”. Temer espera que deputados e senadores voltem “mais animados” das férias. “Parlamentares vão para suas bases e vão verificar que não há uma oposição feroz em relação à da Previdência e portanto voltarão, penso eu, muito mais animados para votar a reforma da Previdência em fevereiro”, disse o presidente.

O peemedebista afirmou ainda que “boa parte, senão a maior parte da população” apoia a reforma da Previdência e que até mesmo líderes da oposição no Congresso têm “compreensão, ainda que oculta” às medidas. “Nós temos apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, temos apoio do Eunício Oliveira [presidente do Senado], temos apoio dos líderes todos da base do governo. E naturalmente, devo dizer, que acho que temos a compreensão, ainda que oculta, dos líderes da oposição, porque não é uma questão de governo, é uma questão de Estado”.

Dirigindo-se a Carlos Marun, novo articulador político do Planalto, Temer brincou e disse esperar dele 18 horas por dia de trabalho em função da reforma. “Eu peço a você, Marun, que na sua atuação na articulação política, dedique-se dia e noite, 18 horas por dia pelo menos, se possível 20, à reforma da Previdência”, afirmou o presidente.

Em seu discurso, o novo ministro da Secretaria de Governo se disse “um soldado” do presidente e declarou que aprovar as mudanças nas aposentadorias é seu “maior desafio”.

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