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Setor mais importante do PIB afundou 6,9% em março com avanço da Covid-19

Serviços apresentaram forte recuo nos últimos dez dias do mês, quando passaram a valer medidas para o combate a pandemia causada pelo coronavírus

Por Larissa Quintino Atualizado em 12 Maio 2020, 10h50 - Publicado em 12 Maio 2020, 10h24

Um dos setores mais afetados pela pandemia do coronavírus, o de serviços, já sentia no dia a dia a queda da atividade, mas agora começa a medir a desaceleração trazida pela crise. Em março, o volume das atividades caiu 6,9% em comparação a fevereiro, alcançando o pior resultado do setor na série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), iniciada em janeiro de 2011. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 12, pelo IBGE. Segundo o instituto, a retração é uma consequência das medidas de isolamento social para conter o avanço do contágio da Covid-19 e que os impactos foram sentidos, principalmente, nos últimos dez dias do mês, quando passaram a valer decretos É a segunda queda consecutiva do setor, que caiu em fevereiro, antes da crise, com recuo de 1%.

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O tombo deve se acentuar ainda mais no mês de abril, já que as medidas de isolamento social pegaram o mês inteiro. A queda dessa atividade econômica impacta sensivelmente o Produto Interno Bruto (PIB), já que é o setor que tem maior peso no indicador. No ano passado o crescimento foi de 1,3% no setor, enquanto o PIB geral subiu 1,1%.

Todas as cinco atividades pesquisadas tiveram quedas, com destaque para serviços prestados às famílias (-31,2%, onde entram bares, restaurantes e hotéis) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-9%). “Essa queda é motivada, em grande parte, pelas paralisações que aconteceram nos estabelecimentos, sobretudo nos restaurantes e hotéis, que fazem parte dos serviços prestados às famílias. Outras empresas também sentiram bastante depois do fechamento parcial ou total, como os segmentos de transporte aéreo e algumas empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Segundo o pesquisador, conforme as medidas de distanciamento social foram endurecidas, algumas empresas de setores não essenciais, como restaurantes, acabaram tendo que funcionar de forma parcial, migrando para o sistema de delivery. Outras atividades, como hotéis, não conseguem prestar serviços de forma remota e acabaram fechando.

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Queda geral

Os serviços prestados às famílias tiveram a queda mais intensa desde o início da série histórica, enquanto transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram a segunda queda mais intensa da série, ficando atrás apenas de maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. As outras atividades que tiveram queda nesse mês foram serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,6%), informação e comunicação (-1,1%) e outros serviços (-1,6%).

Regionalmente, 24 das 27 unidades da federação também tiveram resultados negativos em março, quando comparado a fevereiro, com destaque para São Paulo (-6,2%) e Rio de Janeiro (-9,2%), pressionados pelos segmentos de alojamento e alimentação. Os únicos impactos positivos vieram do Amazonas (1,9%), de Rondônia (3,1%) e do Maranhão (1,1%).

Na comparação com março de 2019, o volume do setor de serviços recuou 2,7% em março de 2020, com retração em duas das cinco atividades de divulgação: serviços prestados às famílias (-33,4%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,4%).

“Essa taxa de 2,7% interrompe uma sequência de seis taxas positivas. A retração dos serviços prestados às famílias foi pressionada pelos segmentos de hotéis e restaurantes e os serviços profissionais, administrativos e complementares, pressionados pelas empresas de administração de programas de fidelidade, vigilância e segurança privadas, atividades correlacionadas à engenharia, entre outras”, exemplifica Rodrigo.

Turismo despenca

A queda nos segmentos de hotéis e restaurantes, além de transportes aéreos de passageiros e agências de viagens, também impactou o índice de atividades turísticas de março, que caiu 30% em relação a fevereiro. É a retração mais acentuada desde o início da série histórica, também iniciada em janeiro de 2011. Regionalmente, todas as 12 unidades da federação pesquisadas neste indicador acompanharam a retração observada no país, com destaque para São Paulo (-28,8%), Rio de Janeiro (-36,6%) e Minas Gerais (-30,8%).

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