SÃO PAULO, 6 de outubro (Reuters) – As bolsas de valores tiveram uma quinta-feira de expressivos ganhos, depois que líderes da zona do euro anunciaram novos esforços para confrontar os problemas de dívida da região. Dados positivos nos Estados Unidos também respaldaram a melhora no humor.
Os mercados mostraram algum alívio após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar que oferecerá aos bancos duas novas injeções de capital e que comprará mais 40 bilhões de euros em “bônus cobertos” –ativos atrelados a empréstimos hipotecários ou ao setor público, considerados seguros.
Investidores também se apegaram à comentários do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, sugerindo a possibilidade de um corte no juro básico à frente. Nesta quinta-feira, contudo, o BCE preferiu manter a taxa em 1,5 por cento ao ano, apesar de parte do mercado defender um corte.
O Banco da Inglaterra também manteve a taxa básica de juros em 0,5 por cento e anunciou mais medidas de apoio à economia, visando protegê-la da crise de dívida na zona do euro.
A pauta norte-americana também ajudou a suavizar temores com a recuperação da maior economia do mundo. O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego no país subiu menos que o previsto na semana passada, enquanto a média móvel de quatro semanas, considerada uma medida melhor das tendências do mercado de trabalho, caiu.
As bolsas na Europa e nos Estados Unidos fecharam com acentuadas valorizações, movimento seguido de perto pelo mercado brasileiro, que subiu mais de 2 por cento.
O aumento do apetite por risco conduziu o dólar à terceira queda seguida ante o real, em novo ajuste após a forte alta da moeda no mês passado.
Em meio à melhora internacional, investidores voltaram a aumentar os prêmios dos contratos de DI. O mercado repercutiu ainda a leitura do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) de setembro, que superou as estimativas ao subir 0,75 por cento.
A sexta-feira contará com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado. De acordo com pesquisa da Reuters, o índice deve apontar inflação de 0,54 por cento para setembro, contra 0,37 por cento em agosto.
Nos Estados Unidos, o destaque ficará por conta dos dados gerais sobre o mercado de trabalho local, referentes a setembro.
Veja o fechamento dos principais mercados nesta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar terminou a 1,7855 real, em queda de 2,51 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa subiu 2,5 por cento, para 52.290 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 6,24 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros avançou 4,88 por cento, a 27.825 pontos.
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No call das 16h, o DI janeiro de 2013 apontava 10,36 por cento ao ano, ante 10,22 por cento no ajuste anterior.
EURO
Às 18h34, a moeda comum europeia era cotada a 1,3432 dólar, ante 1,3346 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subiu a 131,375 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,41 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 21 pontos, para 258 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 21 pontos, a 408 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones avançou 1,68 por cento, a 11.123 pontos; o S&P 500 teve alta de 1,83 por cento, a 1.164 pontos, e o Nasdaq ganhou 1,88 por cento, a 2.506 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo subiu 2,91 dólares ou 3,65 por cento, a 82,59 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 1,9916 por cento ante 1,891 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Patrícia Duarte)