Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Pandemia e digitalização estimulam consolidação na moda brasileira

Compra da Hering pelo Grupo Soma faz parte de um movimento maior; Renner pode ser a próxima a fazer aquisições

Por Felipe Mendes Atualizado em 29 abr 2021, 14h20 - Publicado em 29 abr 2021, 09h20

As últimas semanas foram movimentadas nos bastidores das grandes empresas do mercado de vestuário no Brasil. A tradicional Cia. Hering, de Blumenau (SC), recebeu proposta de compra da Arezzo&Co e do Grupo Soma. Depois de uma série de reviravoltas, envolvendo a recusa de uma oferta avaliada em 3,3 bilhões de reais por parte da Arezzo, foi o Grupo Soma, dono de marcas como Farm e Animale, quem venceu a disputa, arrematando a empresa catarinense por 5,1 bilhões de reais. Com a fusão, cria-se a quarta maior grife de moda do país, um conglomerado com receita acumulada de 2,3 bilhões de reais, segundo dados referentes a 2020, ano em que as varejistas de moda sofreram com os efeitos da pandemia de Covid-19.

“Enquanto o Grupo Soma tem uma forte atuação no segmento premium, com vocação para o público feminino, a Hering tem uma força grande no mercado masculino e traz uma base de clientes enorme para a Soma, já que é uma marca mais democrática e tem um perfil de público mais abrangente”, diz Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail.

A negociação frustrou a Arezzo, que tem investido pesado para diversificar sua fonte de receita. Em outubro de 2020, o grupo que calça as mulheres com as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri e Alexandre Birman adquiriu a grife masculina Reserva, por 715 milhões de reais, criando assim um negócio com enormes sinergias. Vale lembrar que antes disso, em 2019, o Magazine Luiza também decidiu surfar no mercado de vestuário e comprou o portal de artigos esportivos Netshoes, por 115 milhões de dólares.

Há quem diga, no entanto, que esse movimento de consolidação no varejo têxtil brasileiro terá novos capítulos em breve, já que a maior empresa desse setor, a Renner, anunciou uma oferta subsequente de ações cujo valor pode superar a marca de 6 bilhões de reais. A empresa pretende usar os recursos para aprimorar a digitalização de seus processos, construir um centro de distribuição e expandir suas lojas físicas, mas não só isso: os valores também podem ser aportados em investimentos. Embora nenhuma das partes confirme, o mercado especula que o montante poderá ser usado para a aquisição da Dafiti, líder em venda de moda por canais digitais no país.

Continua após a publicidade

Pode-se dizer que esse novo holofote na moda tem como um dos principais objetivos a transformação digital. Como a Covid-19 acelerou a transformação de hábitos de consumo, como estimular a compra pela internet, as grandes grifes investiram no canal on-line para seduzir os consumidores. Recentemente, Flávio Rocha, presidente do conselho de administração do Grupo Guararapes, afirmou, em entrevista a VEJA, que pretende fazer de sua grife de moda, a Riachuelo, um grande hub de entretenimento. “Nós estamos com mais 400 marcas e empresas que queremos ter no nosso ecossistema. A atuação na internet é um jogo de ganha-ganha. Não é um jogo solitário. É preciso estabelecer parcerias”, disse.

Neste jogo, ganha aquele site que promove maior variedade de produtos e marcas. Com esse cuidado, a Arezzo lançou, no fim de 2019, seu marketplace, o ZZ Mall. Mas não só ela. Aproveitando-se do movimento de saída de grifes internacionais do país, até os shopping centers, como os grupos Iguatemi e JHSF, resolveram lançar seus marketplaces, apostando em varejistas renomadas do ramo da moda. “O efeito Covid impulsionou a transformação digital dos negócios e trouxe uma aceleração muito grande na dominância dos marketplaces, que são os ecossistemas de vendas virtuais. Muitas empresas, para ganhar musculatura e acelerar essa agenda, acabam indo ao mercado em busca de aquisições que façam sentido e gerem recorrência na venda de produtos, que é o que todo varejista persegue, no fim das contas”, complementa Serrentino.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.