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Mercado se anima com decisão do Copom e prevê mais cortes de 0,5 no ano

Embora a primeira redução não tenha sido amplamente consensual, a expectativa é de que as próximas quedas mantenham, no mínimo, essa mesma magnitude

Por Luana Zanobia Atualizado em 3 ago 2023, 10h45 - Publicado em 2 ago 2023, 20h17

Após um dia de queda no Ibovespa nesta quarta-feira, 2, enquanto o mercado aguardava a decisão do Copom, a animação volta a tomar conta dos investidores com o início da redução da taxa de juros, a Selic. O corte de 0,5 ponto percentual levou a taxa de 13,75% para 13,25%, marcando um importante passo na política monetária do país.

O Banco Central justifica que o processo de redução da taxa de juros está alinhado com convergência da inflação em torno da meta, buscando alcançá-la de forma gradual no médio prazo. Essa abordagem se apoia na margem de flexibilidade estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional ao fixar a meta de inflação em 3% até 2026, que juntos com os dados deflacionários estão dando suporte para esse início de corte nos juros.

O cenário desinflacionário tem sido favorecido pela desaceleração do preço das commodities no mercado internacional e também pelo real, que registrou ganhos consideráveis de cerca de 9% a 10% ao longo de 2023, contribuindo para esse processo de desinflação. A decisão tem o potencial de ter um impacto positivo nos ativos de risco e pode contribuir para uma alta no Ibovespa. O iShares MSCI Brazil ETF (EWZ), conhecido como índice do Ibvespa nos Estados Unidos, disparou. Por volta 20h15, subia 1,30%.

No entanto, o BC ressalta ainda alguns pontos de risco e deixa um sinal a respeito de uma política contracionista ainda por um período mais elevado. “A impressão é que não há espaço nesse momento para acelerar ainda mais a queda, ou seja, muito provavelmente vai continuar na magnitude de 0,50 ponto percentual até o final do ano, chegando a uma Selic de 11,75%”, diz Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).

Embora o primeiro corte na taxa de juros não tenha sido amplamente consensual, com o placar em 5 a 4, a expectativa é de que as próximas reduções mantenham, no mínimo, essa mesma magnitude, com a possibilidade de acelerar a queda em algum momento. 

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A decisão quase unânime, no entanto, trouxe algumas surpresas ao abraçar a ideia de um corte de maior magnitude mesmo nesse início de ciclo com uma inflação ainda resiliente. “Mas a maior surpresa de fato ficou por conta do desempate do presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, a favor de um corte 0,50 ponto percentual”, avalia Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.  É importante ressaltar que o Banco Central retirou de seu comunicado as preocupações com o risco fiscal e o risco de desancoragem das expectativas. “Essa é uma mensagem importante e, inclusive, um tanto quanto controversa porque o Banco Central deixa de considerar os riscos fiscais em um cenário no qual a gente ainda tem todas as pautas dentro do Congresso para serem encaminhadas”, diz Jorge.

Ainda estão em tramitação no Congresso o arcabouço fiscal, a reforma tributária, e o Carf. É importante ressaltar que o cenário econômico também depende de outras medidas em curso, como as medidas fiscais e os incentivos governamentais programados para agosto. “Essas medidas visam resgatar a economia de um período de desaquecimento e estabilização, possibilitando uma pequena melhoria no último trimestre de 2023 e, possivelmente, uma recuperação mais significativa em 2024”, diz Tingas, da Acrefi. O futuro dos juros dependerá agora dos rumos do andamento dessas propostas.

É importante destacar que o Brasil inicia esse ciclo de queda nos juros antes de muitos outros países, como Estados Unidos e Europa, que ainda estão aumentando suas taxas. Caso os países continuem a elevar os juros, o Brasil não tende a se beneficiar tanto da queda de juros. No entanto, os efeitos tardios dos juros e o controle da inflação fazem os especialistas acreditarem que a postura do BC se manterá nas próximas reuniões. Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e cofundador da Escola de Investimentos, o país está realmente seguindo em direção a uma trajetória de queda de juros, indicando que essa tendência veio para ficar.

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