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Governo quer regra para que órgãos reguladores façam acordos de leniência

Segundo o presidente da CVM, que regula o mercado de capitais, um projeto de lei sobre o tema será enviado ao Congresso Nacional

Por Da Redação
14 jul 2015, 17h37

O governo federal está preparando um projeto de lei que normatiza o uso de acordos de leniência por órgãos reguladores, disse nesta terça-feira o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira. “Esse tema será fundamental para o desenvolvimento do mercado de capitais”, disse Pereira, evitando mencionar quais outros órgãos seriam contemplados no projeto, que será enviado ao Congresso Nacional. Ele não arriscou dizer quando o projeto poderá ser enviado ao Congresso.

O projeto está sendo preparado pelo Ministério da Fazenda. Consultado, o Ministério não se pronunciou de imediato. O tema vem à tona quase duas semanas após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter anunciado que abriu investigação sobre possível cartel de instituições financeiras no mercado brasileiro de câmbio.

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Para especialistas, acordos deste tipo dariam grande ajuda à atividade de fiscalização de reguladores, como acontece em outros países. “É um instrumento poderoso para conter atividades ilícitas no mercado”, disse André Jansky, sócio do Milbank, Tweed, Hadley & McCloy, escritório de advocacia especializado no mercado de capitais norte-americano.

É o caso da Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM dos Estados Unidos). Os casos mais frequentes de delação envolvem ilícitos como o uso de informação privilegiada e manipulação de mercado. “Isso é muito útil, porque alcança algumas situações em que o regulador simplesmente não tem condição de descobrir sozinho”, disse à Reuters o ex-presidente da CVM Luiz Leonardo Cantidiano.

Em alguns casos a SEC chega a pagar prêmios em dinheiro, quando o delator apenas denuncia, mas não é parte envolvida nas irregularidades (whistleblower). Desde 2001, a SEC já pagou mais de 50 milhões de dólares a delatores dentro do programa. No Brasil, o Cade é o regulador mais familiriarizado com a leniência, os acordos feitos com instituições. Vários dos julgamentos do órgão antitruste, como a do setor de cimento no ano passado, usaram esse mecanismo.

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Em março, o Cade fechou acordo de leniência com empresas envolvidas na operação Lava Jato, que apura corrupção e formação de cartel em contratos da Petrobras com empreiteiras, em benefício de executivos e políticos.

Com o projeto de lei, dizem os especialistas, outros órgãos além da CVM, como Banco Central e Superintendência de Seguros Privados (Susep), também poderão ter uma base legal para fechar acordos do mesmo tipo, o que não existe hoje.

(Com Reuters)

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