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Coronavírus: Bolsa cai 15% e entra no 2º circuit breaker do dia

Reação de investidores ao pacote de medidas do presidente americano Donald Trump estressa investidores; dólar chegou a bater R$ 5

Por Larissa Quintino, Felipe Mendes Atualizado em 12 mar 2020, 14h15 - Publicado em 12 mar 2020, 11h13

A Bolsa de Valores de São Paulo paralisou suas negociações, pela segunda vez nesta quinta-feira, 12, após atingir queda de 15,43% às 11h12.  Foi o segundo circuit breaker do dia e o quarto da semana. Pouco mais de 20 minutos da abertura do mercado, a bolsa paralisou os negócios ao atingir queda de 11,65%.  O índice Ibovespa, que chegou ao pico de 119 mil pontos em janeiro, está sendo negociado ao nível de 72.026 pontos. É a menor pontuação desde junho de 2018.  O motivo do derretimento da bolsa é o mesmo das sessões anteriores: aumento da preocupação com a disseminação e impactos econômicos do novo coronavírus (Covid-19).

Após o retorno do circuit breaker, caso a bolsa caia 20%, os negócios são parados em definitivo no dia. A decisão, no entanto, não é automática e depende de uma reunião na B3. Na parte da tarde, o índice continuou a aumentar as perdas. Por volta das 14h09, a bolsa caía 18,76%, chegando ao patamar de 69.192 pontos.

Nesta quinta os mercados repercutem a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de restringir viagens entre o país e a Europa para tentar conter o avanço da doença. A decisão, entretanto, colocou mais fogo no já inflamado mercado financeiro, aumentando as preocupações sobre as consequências da pandemia na economia mundial. “Este é o esforço mais agressivo e abrangente para enfrentar um vírus estrangeiro na história moderna”, definiu Trump.

 Na segunda-feira, o circuit breaker foi acionado na abertura dos negócios, assim como o caso atual. Na quarta-feira, a queda ocorreu no período da tarde, depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) mudar o status da doença para pandemia. “A situação piorou quando o Trump decidiu proibir os voos. É uma ação que pode quebrar as companhias aéreas do mundo inteiro”, diz Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset.

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Os gestores de fundos de investimentos, geralmente compradores, estão se desfazendo de ações. Quem paga para ver não está gostando dos resultados. O fundo Ponta Sul, por exemplo, teve um retorno negativo de mais de 80% na comparação ano a ano. A carteira de papéis do Ponta Sul é formada por empresas como Magazine Luiza, Alpargatas e Banco Inter, segundo os mais recentes documentos disponíveis. “Os fundos eram quem poderiam segurar a bolsa. Mas, hoje, eles estão mais propensos a vender suas ações”, diz Glauco Legat, analista-chefe da corretora Necton. “Os ativos estão muito baratos, mas falta liquidez”.

O estresse com as consequências da doença fez com que o dólar comercial batesse a marca de 5 reais pela primeira vez na história, logo na abertura do mercado local. Por volta das 9h48, a moeda operava em alta de 5%, cotada aos 4,96 reais. O recuo ocorreu por causa dos 2,5 bilhões de dólares a vista ofertados pelo Banco Central para conter a volitividade da moeda.

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Oficialmente, há 60 casos de Covid-19 confirmados no país pelo Ministério da Saúde. O número, porém, deve subir durante o dia porque há mais casos confirmados em São Paulo pelo Hospital Albert Einsten. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a transmissão do vírus no Brasil ainda não é comunitária, ou seja, é possível identificar a transmissão.

Nas bolsas estrangeiras, o clima também era de caos. Nos EUA, o pré-mercado das bolsas teve circuit breaker após queda de mais de 7% no S&P Futuro e no Dow Jones Futuro, cada. Por volta das 10h40, as negociações na bolsa de Nova York (Nyse) foram paralisadas por 15 minutos. Às 11h25, o Dow Jones caía 8%. Na Europa, as bolsas de Londres e Frankfurt operam em queda de 9%. Na Ásia, os mercados também tiveram um dia agitado.  O índice Nikkei da Bolsa de Valores de Tóquio, terminou em queda de 4,41%, seu pior nível em quase três anos. Em Seul, a desvalorização de 3,87% e, Hong Kong, a bolsa caiu 3,66%.  Na Austrália, o tombo foi de 7,36%.

As bolsas chinesas foram as que acumularam menor queda, na casa de 2%, após o país anunciar que o pico da transmissão do coronavírus no país já foi superado.

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