Como resultado do PIB dos EUA e decisão do FED favorecem o real
Moeda tem valorização de 1,89% na semana em relação ao dólar e só perde para florim húngaro na lista de 24 moedas emergentes
Nesta quinta-feira, 29, o real tem um duplo motivo para comemorar. Em primeiro lugar, o PIB dos Estados Unidos divulgado hoje apontou um crescimento de 6,4% com a ampla vacinação da população e, em segundo, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, garantiu ontem que os estímulos econômicos se manterão no mesmo patamar mesmo com a forte recuperação do país.
Para o real, essa é uma excelente notícia e, em uma lista de 24 países emergentes, a moeda brasileira foi a segunda que mais se valorizou no acumulado da semana, atrás apenas do florim húngaro. A alta era de 1,89% no final da manhã desta quinta-feira, seguida por moedas como rúpia indiana, lira turca e rublo russo, que também se valorizavam mais de 1% no período.
A possível aprovação do pacote de 2,2 trilhões de dólares, proposto pelo presidente dos EUA, Joe Biden, também vem contribuindo com essa queda e desde o dia 12 de abril o dólar comercial vem caindo em relação ao real. “Os emergentes estão sendo beneficiados com as perspectivas de apreciação do minério, soja e petróleo por conta do crescimento econômico global e o Brasil voltou a ficar na mira dos investidores”, diz Thomás Gibertoni, economista da Portofino Investimentos. Na semana, a moeda brasileira também se beneficiou da aprovação do Orçamento de 2021.
Apesar das altas pontuais, vale lembrar que, no ano, a moeda do Brasil está desvalorizada em 0,63% e, entre os emergentes, só perde para a Rússia, Peru, Turquia e Argentina. Isso ocorre devido ao alto risco fiscal e político do país. Porém as altas de hoje são uma evidência que, se o cenário doméstico de incertezas políticas e fiscais melhorar, o real tem tudo para surfar no otimismo global e se valorizar.