Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Por que o Dia das Mães de 2021 deve ser marcado por promoções

Após período de portas fechadas, aposta está na queima de estoque; CNC calcula R$ 12,12 bi em vendas, acima dos R$ 8 bi do ano passado, mas abaixo de 2019

Por Diego Gimenes
Atualizado em 29 abr 2021, 10h46 - Publicado em 29 abr 2021, 10h37

O Dia das Mães é, historicamente, a segunda data mais importante para o comércio no ano, atrás apenas do Natal. Considerada como ponto-chave para o lucro dos lojistas no primeiro semestre, a data ganhou ainda mais relevância em 2021. Após um longo período com as portas fechadas em função da aceleração no número de casos e mortes por Covid-19 no país, os comerciantes receberam permissão para reabrir justamente no período de compra dos presentes, e devem apostar maciçamente em descontos e promoções, em vista que os ganhos ficaram comprometidos nos últimos meses e parte dos estoques encalhou.

“Tivemos uma mudança de estação com o comércio fechado, portanto, quem ficou com estoque da estação anterior vai procurar liquidá-lo”, aponta Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Outra tônica a ser observada é a participação do e-commerce nas vendas deste ano. Em 2020, o segmento foi praticamente o único meio acessível para os filhos presentearem suas mães. A expectativa é de que as vendas para a data cresçam em relação ao ano de 2020. Segundo a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas deste ano está estimado em 12,12 bilhões de reais, 46% acima dos 8,26 bilhões de reais em 2020. O patamar, entretanto, está abaixo de 2019, quando o volume foi de 12,34 bilhões de reais em vendas. 

Agora, com as lojas físicas abertas, é esperado que segmentos como o de vestuário e calçados recuperem parte do prejuízo, já que essas categorias ainda enfrentam alguma resistência das pessoas no comércio eletrônico. “O caminho mais provável é a combinação entre as duas modalidades, em que o consumidor vê um produto na loja e compra pela internet, ou vice-versa”, analisa Solimeo. 

A estimativa de vendas mais altas neste ano se deve ao fato que, embora as incertezas ainda sejam grandes, os brasileiros aprenderam a lidar melhor com a pandemia. Em 2020, o Dia das Mães aconteceu numa época em que as pessoas estavam majoritariamente em casa e muitas delas sem renda, uma vez que programas como o auxílio emergencial estavam em implementação e a perda de postos de trabalho foi acentuada, chegando a 1 milhão de vagas fechadas em abril passado. Além disso, a falta de máscaras e álcool em gel no mercado aumentava a insegurança da população sobre o vírus.

Para 2021, questões como o desemprego, a redução das parcelas do auxílio emergencial e a própria escalada da pandemia devem ser levadas em conta na equação do Dia das Mães, e por isso o nível de consumo não deve chegar ao do dia das mães pré-pandemia. “Ainda há uma cautela muito grande por parte das pessoas, então é provável que, para atrair o consumidor, exista um número maior de promoções”, analisa Rodolpho Tobler, economista da FGV/Ibre. Embora o atendimento presencial apresente suas restrições e os lojistas lutem para ampliar o horário de trabalho, foi justamente esse período de aprendizado para lidar com as limitações ao longo dos últimos 13 meses que permite, agora, o funcionamento, mesmo que parcial, dos estabelecimentos.

Continua após a publicidade

“A tendência é de que o Dia das Mães não seja tão ruim como o de 2020, mas também de que ainda não alcance os patamares de 2019. Podemos dizer que as vendas devem ficar no meio desse caminho, tendendo um pouco mais para o lado dos números do ano passado”, complementa Tobler. “Não deixa de ser uma data importante para balancear o calendário do varejo, mas com a expectativa de que em 2022 o cenário seja mais positivo, com o avanço da vacinação”.

Mesmo com os descontos e promoções, é preciso lembrar que a inflação e a desvalorização cambial ainda são fatores que pesam na balança, seja para os lojistas ou para os consumidores. De acordo com a CNC, dos 17 itens que compõem a cesta de bens e serviços no Dia das Mãe, apenas cinco se encontram mais baratos do que há um ano, com destaque para as variações observadas nos preços de bolsas (-7,6%), artigos de maquiagem (-6,3%) e livros (-3,1%). Por outro lado, aparelhos de TV, som e informática (+19,2%) e joias e bijuterias (+14,4%) acusam altas de preços expressivas nos últimos doze meses. Na média, os preços desses bens ou serviços acusam a maior variação de preços dos últimos cinco anos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.