Bolsa sobe 0,9% com corte de juros na Europa e alívio na guerra comercial
Dólar fecha com leve queda de 0,1%, negociado a R$ 4,06, por influência de eventos ocorridos no exterior
Andando de mãos dadas com eventos internacionais, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão desta quinta-feira, 12, com alta de 0,89%, fechando aos 104.370 pontos. “O otimismo lá fora foi grande, e por aqui o investidor aguarda passos mais concretos em relação ao andamento da reforma da Previdência para a bolsa valorizar mais”, diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. No exterior, o entusiasmo se deve a mais um sinal de alívio da guerra comercial entre EUA e China e à decisão do Banco Central Europeu de cortar a taxa de juros.
Internamente, a bolsa foi impulsionada pelo resultado positivo do volume de serviços no país, que cresceu 0,8% em julho ante junho, segundo divulgação feita nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o instituto, três das cinco atividades pesquisadas tiveram alta em julho: serviços de informação e comunicação (1,8%), que tem peso importante no indicador; serviços auxiliares aos transportes e correio (0,7%); e outros serviços (4,6%). Na comparação anual, o setor cresceu 1,8% em julho, melhor resultado para o mês desde 2014, com expansão de quatro em cinco atividades.
O dólar comercial fechou praticamente estável, com leve queda de 0,1% frente ao real, ficando em 4,06 reais para a venda nesta quarta-feira, 11. O câmbio acompanhou os gestos amigáveis feitos entre as duas maiores potências econômicas mundiais e o corte de juros no velho continente.
O entusiasmo se deve ao anúncio feito por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em sua conta pessoal do Twitter, que comunicou o adiamento, do dia 1º para o dia 15 de outubro, do novo aumento de 25% para 30% na tarifa sobre 250 bilhões de dólares em alguns produtos importados. O gesto veio no mesmo dia em que a China apresentou lote de isenções tarifárias para 16 tipos de produtos americanos, sinalizando a intenção do país asiático em retirar as tarifas já existentes. No início de outubro, as duas potências vão se reunir para tentar diminuir a escalada de suas tarifas, em meio à disputa comercial que ocorre desde 2018.
Na Europa, atendendo às expectativas dos mercados financeiros, o Banco Central Europeu (BCE) cortou os juros do bloco nesta quinta-feira e anunciou a retomada de compras mensais de ativos, num esforço para estimular a economia da região. A instituição reduziu a taxa de depósitos de -0,4% para -0,5%, que remunera o dinheiro depositado pelos bancos na instituição. As deliberações foram recebidas com animação pelos investidores. “A confirmação de compras de títulos numa frequência de 20 bilhões de euros por mês é uma quantia muito boa e superou as expectativas do mercado”, afirma Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset.