Bolsa fecha em alta de 0,4% com expectativa para votação da Previdência
De olho no prazo, mercado espera que texto chegue ao Plenário antes do recesso parlamentar; dólar fica estável de olho nas negociações entre China e EUA
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, fechou nesta segunda-feira, 1°, em alta de 0,37%, aos 101.339 pontos impulsionado pela expectativa com a reforma da Previdência e a melhora nas relações entre China e Estados Unidos. Já o dólar ficou quase estável, com leve alta de 0,06%, cotado aos 3,84 reais na venda.
No cenário interno, investidores estão na expectativa por uma semana decisiva para a reforma da Previdência. O relator do texto na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB-SP), deve apresentar na terça seu relatório. Após a leitura do novo texto, deputados membros da comissão terão um tempo para apresentação de destaques e apenas depois disso é que será iniciada a votação, que pode levar mais de um dia. A perspectiva é que a votação comece na quarta-feira e seja finalizada até o final de semana.
A principal apreensão do mercado é com relação ao prazo. A expectativa é que vote-se a reforma no Plenário da Câmara até o dia 18 de julho, quando os parlamentares entram em recesso. Já a inclusão ou não dos estados no texto também está no radar dos investidores, mas com menos destaque. “É uma discussão importante porque que se não forem inclusos será um problema para passar nas assembleias legislativas locais depois. Mas com relação ao teor fiscal já está no patamar que consideramos satisfatório”, afirma Victor Beirute, analista da corretora Guide Investimentos.
No cenário externo, o saldo do dia é estável, com a relação entre China e EUA tendo protagonismo. No sábado, os governos dos dois países concordaram, em reunião do G-20, em retomar as discussões comerciais, com os EUA suspendendo a imposição de novas tarifas sobre exportações chinesas. A notícia teve impacto positivo e negativo, principalmente no dólar — que é mais influenciado pelo cenário externo — o que explica seu resultado estável nesta segunda-feira.
Por um lado, os investidores se animaram com a perspectivas de melhoras nas relações entre as duas principais economias do mundo. Do outro, diminui-se a perspectiva por um corte de juros. “Existe um grande expectativa de queda na taxa de juros pelo Federal Reserve (Banco Central dos EUA). Mas essa melhora de cenário em relação a China também pesa um pouco no cenário de corte de juros. Antes da retomada de conversar, o corte era tido como quase certo”, afirma o economista.
Além disso, os investidores ainda refletem o resultado do acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul, fechado na sexta-feira. Novos detalhes foram divulgados nesta segunda-feira pelo bloco europeu. “O acordo dá uma perspectiva boa. Se for aprovado, vai ser bem positivo, principalmente para as exportadoras”, completa Beirute.