Bolsa de Hong Kong quer comprar Bolsa de Londres por US$ 40 bi
Segundo o grupo asiático, as duas instituições têm negócios complementares no mercado financeiro, o que tornaria a fusão propícia
A Bolsa de Hong Kong anunciou nesta quarta-feira, 11, que deseja adquirir a Bolsa de Londres por 31,6 bilhões de libras (40 bilhões de dólares), em atitude que surpreendeu os mercados. Em resposta, os britânicos informaram que essa foi uma oferta “não solicitada”, mas disseram que estão estudando a proposta.
“A Bolsa de Londres é uma das maiores da Europa, com negócios muito complementares a de Hong Kong. A junção dos dois grupos seria uma medida grande, criando um grupo líder mundial em infraestrutura de mercados”, comunicou, em nota, a instituição asiática.
Entre os fatores complementares, o grupo cita a dominância da praça britânica nos mercados ocidentais, enquanto a Bolsa de Hong Kong se estabelece como centro financeiro fundamental na dinâmica econômica asiática.
A oferta alcança 31,6 bilhões de libras, incluindo 2 bilhões de libras (2,5 bilhões de dólares) de dívida, em dinheiro e em ações. A Bolsa de Hong Kong oferece 20,45 libras (25 dólares) por ação do grupo londrino e 2.495 novas ações de seu grupo, o que eleva o preço de cada ação da bolsa londrina a 83,61 libras (103 dólares).
Em 2012, a mesma Bolsa de Hong Kong comprou por 1,4 bilhões de libras (1,7 bilhão de dólares) a bolsa para venda e compra de metais London Metal Exchange.
A oferta ocorre no momento em que a Bolsa de Londres está no processo de compra do serviço de dados financeiros Refinitiv, por 27 bilhões de dólares. Consequentemente, para não atrapalhar as negociações, a instituição reagiu com reservas à proposta de união ao grupo de Hong Kong.
A oferta foi definida como “não solicitada, preliminar e altamente condicional”, em nota. “O conselho de administração do LSE estudará essa proposta e se manifestará a esse respeito no momento oportuno”, acrescentou.
O projeto de compra da Refinitiv — que a bolsa de Hong Kong não fala em incluir na fusão — busca tornar o grupo britânico especialista em informações financeiras para competir com a Bloomberg, que tem posição dominante no mercado mundial. Essa aquisição depende, porém, de uma série de aprovações regulatórias e do endosso dos acionistas da bolsa londrina.
“O que está em jogo é gigantesco em termos do relacionamento Leste-Oeste”, disse Richard Hunter, analista da Interactive Investor, observando, no entanto, que “a operação está longe de ser concretizada”.
(Com AFP)