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As chances do governo Lula cumprir a meta de déficit zero neste ano

Para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, crescimento do PIB pode surpreender mais uma em 2024 e ajudar a arrecadação

Por Juliana Elias 21 fev 2024, 10h16

Por ora ainda longe da realidade, a promessa do governo de zerar o déficit das contas públicas neste ano não é completamente inalcançável, e, em um cenário ainda pouco provável, mas já um pouco mais possível, pode acontecer, na visão do economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

“Se o país crescer acima de 2%, mais próximo de 2,5%, é possível, sim, atingir o déficit zero”, diz ele. As projeções atualmente falam em um crescimento de 1,6% do PIB em 2024. “A arrecadação é muito sensível à atividade econômica e, com mais crescimento, ela também aumenta muito. Em um cenário ultraotimista, dá até para pensar em um pequeno superávit.”

Promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a meta para o resultado primário estabelecida pelo orçamento federal deste ano é levar o rombo das contas públicas, que hoje estão no vermelho, para zero. Em 2023, o rombo foi de 230,5 bilhões de reais, o segundo pior ano já registrado desde o início das séries oficiais, em 1997, perdendo apenas para o primeiro ano da pandemia, em 2020.

O saldo primário é a diferença entre tudo o que o governo gasta e tudo o que arrecada. Atualmente, as contas dos economistas falam em um déficit da ordem de 80 bilhões de reais até o fim de 2024, ou o equivalente a 0,8% do PIB, de acordo com o Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central com as projeções médias de mercado. Os números levam em consideração um volume de despesas que o governo petista não tem trabalhado para reduzir, ao lado de uma arrecadação que não deve conseguir realizar tudo o que o ministro Haddad planeja, já que boa parte do aumento esperado depende de medidas que precisam ser aprovadas no Congresso.

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Gala, porém, acredita que o que pode surpreender no ano, e mudar as contas, é o desempenho do PIB. “Nossa projeção hoje é de 1,5% [para o crescimento do PIB em 2024], mas não descartamos um crescimento de 2% ou mais. Não é o cenário base, mas começa a ganhar força”, diz. “E é importante lembrar que os economistas erram muito”, acrescenta. Em 2023, por exemplo, o ano começou com os analistas falando em um avanço menor do que 1%, e acabou com um PIB crescendo próximo dos 3%.

A lógica é que, com mais crescimento, a arrecadação tende a vir melhor, e pode se tornar capaz de cobrir todos os gastos, mesmo que eles continuem altos. O mercado de trabalho aquecido e a significativa rota de queda dos juros que deve acontecer no ano, no Brasil e no mundo, são alguns fatores que, de acordo com Gala, aumentam o risco de o PIB brasileiro crescer mais do que o que tem sido dito. Dados importantes de janeiro, como as prévias da arrecadação do mês e da balança comercial, ambos apontando para resultados fortes e bem acima do esperado, também contam a favor. “Levar o déficit a zero é ainda pouco provável, mas o resultado será ser melhor do que o que está sendo projetado hoje”, diz o economista.

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