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Sem financiadores, Woody Allen pode se afastar do cinema

Diretor lançou um filme por ano nos últimos 44 anos, mas sua imagem foi arranhada após uma acusação de abuso sexual

Por EFE Atualizado em 29 ago 2018, 21h41 - Publicado em 29 ago 2018, 19h09

O diretor americano Woody Allen se afastará do cinema depois de produzir pelo menos um filme por ano durante décadas, segundo o site da coluna PageSix, do jornal The New York Post.

A Rainy Day in New York, o 48º longa do cineasta, terminou de ser rodado em novembro do ano passado e entrará no catálogo do serviço de streaming da Amazon até o final deste ano. Além dessa produção, não há mais nada no horizonte do diretor.

O site especializado IMDb lista um projeto de Allen previsto para 2020, mas, de acordo com a coluna, o americano ainda não encontrou quem o financie. “Woody adora trabalhar. Nunca sai de férias, mas vai tirar um tempo para descansar este ano até que encontre um patrocinador”, disse uma fonte.

Allen tem contrato com a Amazon para a produção de cinco filmes – dois deles já foram feitos. No começo do ano, um artigo da revista The Hollywood Reporter afirmava que é possível que a Amazon decida romper o acordo com Allen, mesmo que isso resultasse no pagamento de uma pesada multa da empresa para o diretor.

Allen lançou um filme por ano nos últimos 44 anos, mas sua imagem foi arranhada recentemente após novas declarações de sua filha adotiva, Dylan Farrow, que o acusa de ter abusado sexualmente dela quando era uma menina. O filho que Allen teve com a atriz Mia Farrow, Ronan Farrow, apoiou sua irmã publicamente e também foi o principal promotor do movimento #MeToo, que denunciou várias das figuras mais poderosas de Hollywood por abuso sexual de jovens atores e atrizes.

“Woody Allen sempre conseguiu atores fantásticos. As estrelas trabalhavam por um salário baixo porque recebiam prestígio, mas com o movimento #MeToo, agora ele é tóxico”, disse um produtor de cinema de Hollywood, segundo a coluna PageSix.

Além disso, a coluna afirma que Allen já vinha tendo problemas para encontrar financiamento para seus filmes, inclusive antes do #MeToo, e que “suas produções não geram dinheiro”, disse uma fonte. “Durante anos, passou de um de um patrocinador para outro. Inclusive foi à Europa, mas já está sem opções.”

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