Vesgo se despede do ‘Pânico’: ‘A história nunca será apagada’
Rodrigo Scarpa escreveu um texto em seu perfil pessoal no Facebook relembrando momentos do programa e agradecendo a Tutinha e Emilio Surita
O clima já é de despedida. Rodrigo Scarpa, o Vesgo do Pânico na Band, escreveu um texto em seu perfil pessoal no Facebook se despedindo do programa, que deve terminar neste ano, apesar de a emissora ainda não ter confirmado oficialmente a informação. “Temos que aprender a respeitar os ciclos! Foram 14 anos de muito trabalho na TV, luta e vários troféus. Não é tão fácil manter um programa com 3h30 de arte e principalmente com humor”, escreveu o humorista.
Em seguida, Vesgo relembrou alguns momentos e quadros da atração, que estreou na RedeTV! em 2003 e foi para a Band em 2012. “Brincadeiras à la Andy Kauffman como 6 dedos da Cicarelli, o Monge Carioca. Um dos primeiros Memes da Internet, a Dança do Siri, ultrapassou os limites da RedeTV, parando na boca de Galvão Bueno em uma transmissão na Rede Globo. E como explicar os 18 pontos no Ibope em uma emissora pequena como a RedeTV? Um fenômeno sim!”
“Hoje, no último programa ao vivo na Band e como um dos primeiros a seguir do início ao fim esta etapa, me sinto orgulhoso de ter feito parte dessa história. (…) Sou grato ao Tutinha e ao Emilio Surita que acreditaram nesse projeto vencedor. Aos donos das emissoras. E que venham mais projetos. Mais ciclos de vida!”, continuou. “A história nunca será apagada e continua! A todos os amigos e equipe meu muito obrigado.”
Confira abaixo o texto na íntegra de Vesgo:
“Temos que aprender a respeitar os ciclos! Foram 14 anos de muito trabalho na TV, luta e vários troféus. Não é tão fácil manter um programa com 3h30 de arte e principalmente com humor. Na estreia, em 2003, não existia o politicamente correto, o YouTube e soubemos aproveitar muito disso com humor revolucionário, ousado e com muita sátira sobre a televisão. O culto às celebridades foi desmistificado nas coberturas de festas, nas sandálias da humildade. Ríamos da TV, falávamos cara a cara a verdade pra políticos, celebridades e subcelebridades. Brincadeiras à la Andy Kauffman como 6 dedos da Cicarelli, o Monge Carioca. Um dos primeiros Memes da Internet, a Dança do Siri, ultrapassou os limites da RedeTV, parando na boca de Galvão Bueno em uma transmissão na Rede Globo. E como explicar os 18 pontos no Ibope em uma emissora pequena como a RedeTV? Um fenômeno sim! Uma carência do humor do fundão da escola, humor criativo, ingênuo e transgressor. Anônimos viraram famosos. Quem se lembra do Zina? Charles? Antônio Nunes? Pedala Robinho? Éramos adolescentes experimentando o sucesso na TV. Hoje, no último programa ao vivo na Band e como um dos primeiros a seguir do início ao fim esta etapa, me sinto orgulhoso de ter feito parte dessa história. O pânico nunca acaba, mas essa história na TV ficará sempre marcada. A liberdade editorial, os furos de reportagem, os grandes personagens que passaram e foram sucesso no programa ficarão marcados pra sempre na memória da TV. Sou grato ao Tutinha e ao Emilio Surita que acreditaram nesse projeto vencedor. Aos donos das emissoras. E que venham mais projetos. Mais ciclos de vida! É hora de celebrar tantas conquistas, tantos troféus e várias vezes que ficamos em primeiro na corrida de domingo! Não há como esquecer da Pá Maluca, Vesgo e Silvio, Sabrina, Vo num Vo, Samambaia, Panicats, A Hora da Morte, Amaury Dumbo, Bola e Bolinha, Gabiherpes, Viagens Internacionais, Praias, 3 copas do mundo, Poderoso Castiga, Meda, Gui Santana, Alfinete e Zina, Impostor, Xupla, Mendigo, Quietinho, entrevistas com Silvio Santos, sátiras… A história nunca será apagada e continua! A todos os amigos e equipe meu muito obrigado #humor #tv.”
“Fim? Longe disso”
O diretor do Pânico na Band, Marcelo Nascimento, publicou um texto na coluna de Mauricio Stycer, do Uol, neste domingo, afirmando que este não será o ponto final do programa. “Encerramos na Band, uma jornada maravilhosa que se iniciou na TV há quase 15 anos”, escreveu. “Mas quem disse que acabou? Longe disso! Esta marca transcende. Vai continuar empregando e influenciando muitos jovens talentos da comunicação e do humor. Inovando e chamando pra si a responsabilidade de ousar e de incomodar. O Pânico faz bem para as pessoas apesar de alguns sofrerem de indigestão por conta disso. E acredite, todos nós precisamos de um certo pânico em nossas vidas pra nos atirar pra fora da zona de conforto. E a TV era uma zona, que até nos causava um desconforto, que de certa maneira, impedia que o projeto pudesse crescer ainda mais.”