Show das poderosas: a voz (e o rebolado) da nova geração do funk
Com letras de afirmação feminina e sexualidade agressiva, jovens cantoras conquistam seu espaço no mercado musical brasileiro
![IZA - O primeiro professor de Isabela Lima, a Iza, foi seu pai, que lhe apresentou discos de soul e blues. Iza nunca esqueceu essas influências. Seus singles estão mais para a música negra americana do que para os bailes funk. As letras misturam sensualidade com exaltação da negritude. “Sinto falta de mulheres negras falando para a periferia”, diz a cantora criada em Olaria, bairro da Zona Norte carioca](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/03/iza-2017.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Isabela Lima, 26 anos, é formada em publicidade e trabalhou por dois anos com produção de vídeo, mas sempre acalentou o desejo de se tornar cantora — ainda se orgulha das apresentações que, adolescente, fazia nas missas de domingo. Dois anos atrás, ela estreou um canal no YouTube, no qual interpretava hits de Adele, Rihanna e Beyoncé. Os vídeos serviram como um currículo, enviado a gravadoras. Iza, como ela assina seu trabalho, acabou contratada pela Warner e já lançou dois singles: Quem Sabe Sou Eu e Te Pegar. Não é um caso isolado: desde 2013, quando Anitta apareceu no mercado com Show das Poderosas, vêm surgindo jovens intérpretes que aliam a voz à sedução do rebolado. Reportagem de VEJA desta semana mostra que esse novo funk carioca carrega na sensualidade, mas é mais comportado do que os tradicionais “pancadões”. As letras levantam a bandeira do poder feminino, ainda que seja só o poder de provocar e depois esnobar os marmanjos, como se ouve em Você Gosta Assim, dueto de Gabily e Ludmilla: “Quando eu te olho naquela intenção / Com um sorriso de provocação / Finjo que sim, depois digo que não”. No sucesso Hoje, Ludmilla, revertendo os papéis tradicionais nos jogos de sedução, avança sobre uma paquera: “Hoje você não me escapa”. Sim, é o verdadeiro show das poderosas.
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